Alta é a menor em 11 anos; segundo sindicato do setor, aumento autorizado é baixo; alta só deve chegar às farmácias duas semanas depois
por Jornal Destak
A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autorizou um reajuste de 2,09% a 2,84% nos preços dos medicamentos, a partir do próximo dia 31.
O teto do aumento permitido equivale à inflação oficial do último ano (de março de 2017 a fevereiro de 2018). A regulação é válida para um universo de mais de 19 mil medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro.
No ano passado, os remédios tiveram alta máxima de 4,76%, exatamente a mesma variação da inflação no período. Em 2016, o aumento autorizado foi de 12,5%. Em 2015, foi de 7,7% e. em 2014, de 5,68%.
Em 2017, lembrou a entidade, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou variação de apenas 0,12% no item "medicamentos em geral" do Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i).
"A indústria farmacêutica tem conseguido segurar seus preços, apesar do expressivo aumento dos custos de produção nos últimos anos e a tendência deve se repetir em 2018", afirma Nelson Mussolini, presidente executivo do sindicato.
Os reajustes de preço dos medicamentos têm ficado abaixo da inflação geral. De 2013 a 2017, o IPCA acumulado foi de 36,48% ante 32,51% dos reajustes médios autorizados pelo governo.
Três categorias: reajustes diferentes
O reajuste autorizado dos medicamentos é dividido em três faixas, com base na concentração do mercado. Assim, remédios de menor complexidade e produzidos por mais laboratórios, que costumam baixar os preços para manter a concorrência, têm permissão de um aumento maior. Neste ano, será de até 2,84%. É o caso de opções como omeprazol, pantoprazol, sinvastatina e atorvastatina.
O segundo grupo de medicamentos é composto pelos que têm concorrência moderada, como antifúngicos sistêmicos (cetoconazol e fluconazol) e analgésicos narcóticos (tramadol, morfina etc.). Este grupo pode subir 2,47%.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486"> O terceiro grupo é o dos remédios com baixa concorrência, como os corticosteroides oral puro (betametasona e dexametasona) e penicilinas injetáveis (ampicilina e amoxicilina).Os medicamentos desse grupo respondem por mais da metade do mercado e têm o menor percentual de aumento: 2,09%.
Preço antigo
A Interfarma informa que, embora o reajuste tenha data marcada, a efetiva mudança de preços nas farmácias pode ser gradual porque distribuidores e varejo costumam aumentar os seus estoques para manterem por, pelo menos 15 dias, o preço antigo.
"Vale lembrar que os preços são regulados e não tabelados, ou seja, o governo estabelece um valor máximo, mas a concorrência de mercado é livre para a prática de descontos", diz Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma.
Comentários