Estudos apontam que o uso de certas drogas, como corticoides, psicotrópicos, anticoncepcionais e antidepressivos, podem ocasionar alterações cutâneas e afetar a beleza e a saúde do tecido.
Medicamentos podem causar mudanças na estrutura da pele
A manutenção da saúde da pele tornou-se uma preocupação de grande parte das pessoas, que apostam em diversos cosméticos e tratamentos para resgatar a beleza do tecido. Porém, o que poucos sabem é que alguns medicamentos, tópicos e orais, podem afetar e até alterar a estrutura da pele. “Existem inúmeros estudos publicados que relatam alterações cutâneas após o uso de determinados medicamentos. Antipsicóticos e antidepressivos, por exemplo, podem causar rachaduras e coceiras na pele, enquanto antifúngicos são descritos como causadores de diversos problemas cutâneos. Já tratamentos com corticoides podem influenciar negativamente o processo de cicatrização, além de existirem chances destes medicamentos causarem acne e estrias”, afirma o pesquisador em Cosmetologia Lucas Portilho, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma.
Mas estas alterações vão depender da estrutura da pele de cada indivíduo. Por exemplo, alguém que já apresenta deficiência na barreira da pele tem maior propensão a responder de forma negativa ao uso de um medicamento que contém tensoativos e emulsionantes em alta concentração. “O sistema imune de cada pessoa também pode responder de forma diferente às substâncias que aplicamos na pele, sendo importante então diferenciar ingredientes irritantes e potencialmente alergênicos. Enquanto os primeiros causam irritação em um grande número de indivíduos, os ingredientes potencialmente alergênicos promovem diferentes reações que variam de acordo com a sensibilidade de cada indivíduo àquela substância”, explica o especialista.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">No caso dos medicamentos de uso tópico, a culpa pode nem sempre ser do ativo medicamentoso e sim dos veículos e bases utilizadas nesses remédios, que, geralmente, são compostos por ingredientes antigos e agressivos para a pele, como os emulsionantes, que, em grandes quantidades, promovem o ressecamento da pele. “Diferente dos cosméticos, que cada vez mais utilizam bases dermocompatíveis, os medicamentos continuam com bases de sensorial ruim e que muitas vezes alteram a barreira cutânea. Isso por que o valor e tempo para relançar uma forma medicamentosa é muito grande e acaba não valendo a pena. Dessa forma, os remédios continuam a utilizar tensoativos agressivos para a pele que poderiam ser substituídos por algo mais suave”, completa.
De acordo com Lucas Portilho, entre as reações mais comuns que os medicamentos causam na pele estão as erupções cutâneas, dermatite, pele seca e hiperpigmentação, causadas por ansiolíticos, perda de cabelo, sudorese excessiva e fotossenbilidade, provocadas por antidepressivos, e acne e eritema, ocasionadas por contraceptivos. “Por isso, se você for realizar um tratamento estético ou cirurgia é importante que você avise aos profissionais especializados quais os medicamentos que você utiliza. Pois, por exemplo, o tratamento estético de peles envelhecidas pode não ser efetivo caso a pele esteja sofrendo influência negativa de um medicamento. Ou então se o paciente for realizar um tratamento para combater manchas e estiver fazendo uso de drogas causadoras de hiperpigmentação pode ser que o resultado esperado não seja obtido”, finaliza.
Lucas Portilho - Consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma e Pesquisador em Fotoproteção na Unicamp. Especialista em formulações dermocosméticas e em filtros solares. Diretor das Pós-Graduações do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele Educacional, Hi Nutrition Educacional e Departamento de Desenvolvimento de Novas fórmulas. Atuou como Coordenador de Desenvolvimento de produtos na Natura Cosméticos e como gerente de P&D na AdaTina Cosméticos. Possui 17 anos de experiência na área farmacêutica e cosmética. Professor e Coordenador dos cursos de Pós-Graduação com MBA do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele Educacional. Coordena Estágios Internacionais em Desenvolvimento de Cosméticos na Itália, França, Mônaco e Espanha. Atua em desenvolvimento de formulações para mercado Brasileiro, Europeu e América Latina
Fonte SEGS
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