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A Medley, divisão de genéricos da gigante francesa Sanofi, tornou-se o centro das atenções no setor farmacêutico brasileiro. Reconhecida como uma das marcas mais queridas e consolidadas do mercado, a empresa está prestes a mudar de mãos — e a disputa pela sua aquisição está acirrada.
Ao menos oito farmacêuticas nacionais estão na corrida para comprar a operação brasileira da Medley, que deve encerrar o ano com um faturamento de R$ 1,3 bilhão e um Ebitda de R$ 200 milhões. O detalhe que torna o negócio ainda mais atrativo? A empresa não possui dívidas.
Oito gigantes na disputa
Segundo informações, as interessadas são: Aché, Althaia, Cimed, EMS, Eurofarma, Hypera, Torrent e União Química. Todas têm forte atuação no segmento de genéricos e enxergam na Medley uma oportunidade estratégica de expansão e consolidação.
No dia 31 de outubro, essas empresas tiveram acesso aos dados financeiros da Medley — uma etapa decisiva para avaliar o potencial do negócio. As propostas finais devem ser apresentadas até dezembro, e o mercado aguarda com expectativa os próximos capítulos dessa negociação bilionária.
Cimed e a força do capital estrangeiro
Entre os candidatos, a Cimed se destaca. Controlada por João Adibe, a farmacêutica está em conversações com o GIC, fundo soberano de Cingapura, para um novo aporte de capital. Em março, o GIC já havia adquirido uma participação minoritária na empresa, estimada em R$ 1 bilhão por 12,5% das ações.
Agora, uma nova injeção financeira pode ser o combustível necessário para que a Cimed avance na disputa pela Medley. Avaliada em cerca de US$ 500 milhões, a aquisição poderia elevar o faturamento da Cimed de R$ 2,7 bilhões para mais de R$ 4 bilhões.
Um duelo familiar
A disputa também tem um componente curioso: um embate entre familiares. A União Química, controlada por Fernando Marques — tio de João Adibe, CEO da Cimed — também está na corrida. Assim como a Cimed, a União Química busca capitalização no mercado e contratou a UBS BB para levantar R$ 1 bilhão com a venda de parte de seu capital.
Ambas seguem estratégias semelhantes, e o desfecho dessa disputa consanguínea pode redefinir o mapa da indústria farmacêutica nacional.
O que está em jogo
A Medley representa mais do que números. Ela carrega uma marca forte, com grande penetração no mercado e reconhecimento entre médicos, farmacêuticos e consumidores. Para as empresas interessadas, a aquisição é uma chance de ampliar portfólio, ganhar escala e reforçar presença em um dos segmentos mais competitivos da saúde.
A expectativa é que o processo de venda avance nas próximas semanas, com definições importantes até o fim do ano. O mercado observa atentamente — e a indústria farmacêutica brasileira pode estar prestes a testemunhar uma das maiores movimentações dos últimos tempos.
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