Mercado Livre entra no mercado farmacêutico e sacode o setor

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Na última sexta-feira, o mercado farmacêutico brasileiro foi surpreendido por uma notícia que mexeu com os nervos dos investidores: o Mercado Livre (BDR: MELI34) confirmou sua entrada no setor de farmácias no Brasil, após adquirir a operação da healthtech Memed. O impacto foi imediato — ações de grandes redes farmacêuticas despencaram. Informou o InfoMoney.

A RD Saúde (RADL3) viu suas ações caírem 6,90%, a Pague Menos (PGMN3) recuou 3,72% e a Panvel (PNVL3) teve baixa de 0,97%. O movimento sinaliza que o mercado está atento e cauteloso com a chegada de um novo player digital de peso.

 

O plano do Mercado Livre

A aquisição da farmácia da Memed marca o início de uma jornada que pode transformar o varejo farmacêutico. Embora o Mercado Livre já tenha estreado no México em 2023, onde a regulamentação é mais flexível, no Brasil o caminho será mais complexo e regulado.

A XP Investimentos vê essa compra como um projeto piloto. A expectativa é que o MELI use essa base para adquirir farmácias estrategicamente localizadas e, assim, expandir sua presença nacional. A ideia é clara: construir uma rede capilar que permita competir com as gigantes do setor.

 

Desafios regulatórios e logísticos

Apesar do potencial, a entrada do MELI não será simples. A venda de medicamentos exige farmácias licenciadas, logística especializada e não permite anúncios. Além disso, o modelo físico ainda é dominante: a Panvel, por exemplo, leva seis dias para entregar em Fortaleza, com frete de R$ 60 — um desafio para quem busca escala nacional.

Segundo o Bradesco BBI, a entrada do MELI é negativa para a RD Saúde, mas não disruptiva. A RD possui uma rede de 3.300 lojas, cobrindo 60% da população em um raio de 5 km, com 96% das entregas em menos de uma hora e um NPS elevado. Mais de 70% das vendas são no modelo “click-and-collect”, o que reforça sua vantagem competitiva.

 

Impacto financeiro e perspectivas

Mesmo com a pressão, o Bradesco BBI manteve recomendação de compra para RADL3, ajustando o preço-alvo para R$ 23,00 em 2026. A XP também acredita que o MELI encontrará pouca resistência para comprar farmácias independentes, especialmente em um cenário de juros altos e concorrência acirrada.
O Itaú BBA reforça que a conveniência será o diferencial. As grandes redes ainda têm vantagem na entrega ultrarrápida e no atendimento personalizado — fatores decisivos para consumidores que buscam acesso imediato aos medicamentos.

Nos EUA, a Amazon já oferece entrega no mesmo dia em oito cidades e planeja expandir para mais de 20 até o fim de 2025. Programas como “Subscribe & Save” ajudam a fidelizar clientes. A XP acredita que o MELI pode seguir caminho semelhante, adaptando estratégias ao mercado brasileiro.

 

O que esperar?

A entrada do Mercado Livre abre um mercado de mais de R$ 200 bilhões, incluindo produtos de higiene e cuidados pessoais (HPC). Mas também representa um risco relevante para as redes tradicionais, que precisarão reforçar seus diferenciais para manter a liderança.
A disputa está apenas começando. E você, está preparado para acompanhar essa transformação?

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