12150527687?profile=RESIZE_180x180Jovem chateada com teste de gravidez negativo chorando na cama com marido apoiando-a - Freepik

 

Segmento de drogas para infertilidade deve crescer 5,9% anualmente até 2032, segundo relatório. OMS aponta que uma em cada seis pessoas é infértil no mundo


 
Existem diversas causas para a infertilidade, um problema que está crescendo no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) uma em cada seis pessoas é infértil. "As mais comuns na mulher são a falta de ovulação (geralmente por ovários policísticos), problemas nas tubas uterinas (por endometriose ou infecção), a própria endometriose e, muito importante, a idade da mulher maior que 35 anos.
 
Já nos homens a causa mais comum é a varicocele, que é a dilatação das veias da bolsa testicular. Também temos vasectomia (homens em um novo relacionamento), fatores genéticos que implicam na baixa produção de espermatozoides e o uso de hormônios anabolizantes", explica o especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita, Fernando Prado.
 
Como uma das estratégias para combater a infertilidade é o uso de hormônios, o mercado de medicamentos para esse fim deve crescer 5,9% anualmente até 2032, segundo previsão da Global Market Insights: o tamanho do segmento deve sair de US$ 3,6 bilhões, em 2022, para US$ 6,4 bilhões em 2032.
 
"Em um tratamento de reprodução assistida, como a Fertilização In Vitro (FIV), por exemplo, os medicamentos hormonais servem para estimular o crescimento e recrutamento dos folículos existentes naquele ciclo menstrual no ovário. Com isso, há mais folículos crescendo e, na aspiração, maior número de óvulos coletados.
 
O controle dessa estimulação é realizado por meio de ultrassonografia e também por exames de sangue, que colaboram na identificação do momento correto de fazer a coleta dos óvulos", explica o especialista em Reprodução Humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, Rodrigo Rosa.
 
Medicamentos para infertilidade são formulados para regular níveis hormonais, estimular a ovulação, melhorar a produção e qualidade dos espermatozoides, aumentar as chances da FIV ou tratar condições médicas que atrapalhem o casal de ter um bebê.
 
A estratégia de uso de medicamentos para infertilidade também é aplicada quando há a indicação por problema de saúde ou interesse da mulher no congelamento de óvulos.
 
"Com os exames prontos, a mulher já pode receber os hormônios que irão estimular a ovulação. São hormônios idênticos aos naturais, incluindo o FSH (hormônio folículo estimulante), e que irão resgatar óvulos que iriam entrar em atrofia. Graças ao efeito, a mulher consegue oferecer vários óvulos após 10 a 12 dias de uso das medicações. Idealmente orientamos congelar 15 óvulos", diz Fernando Prado.
 
O relatório destaca que, à medida que a população global continua a envelhecer e as taxas de fertilidade diminuem, é esperado que a demanda por tratamentos e medicamentos para infertilidade aumente nos próximos anos. Por classe de drogas, o mercado de medicamentos é classificado em gonadotrofinas, inibidores de aromatase, moduladores seletivos de receptores de estrogênio (serms), agonistas de dopamina e outras classes de drogas. O segmento de gonadotrofinas representou 41,5% da participação de mercado em 2022 - e deve continuar crescendo, segundo relatório da Global Market Insights. Esse tipo de medicamento tem papel crucial nos serviços de FIV e Inseminação Intrauterina.
 
Os medicamentos podem ter administração oral, tópica ou parenteral (injeções e infusão intravenosa). Um entrave para esse crescimento, no entanto, pode ser os efeitos colaterais e os riscos associados aos medicamentos para infertilidade. "Durante todo o processo de estímulo ovariano, a paciente pode sentir alguns efeitos colaterais comuns à utilização dos medicamentos hormonais, mas que vão variar caso a caso, podendo incluir, por exemplo, inchaço, enjoo, ganho de peso, cansaço e irritabilidade. Mas, para a tranquilidade das mulheres que se submeterão ao processo, a estimulação ovariana é bastante segura, desde que devidamente acompanhada por um médico especializado", aponta Rodrigo Rosa.
 
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