A Moderna e a Merck, duas gigantes do setor farmacêutico, anunciaram resultados promissores de uma vacina experimental para o tratamento do melanoma, o tipo mais grave de câncer de pele. Esta vacina, que está sendo desenvolvida em conjunto com o medicamento Keytruda, já conhecido por sua eficácia em imunoterapias, mostrou uma redução significativa no risco de propagação do melanoma e morte em pacientes.
Os dados divulgados apontam que quase 75% dos pacientes que receberam a combinação da vacina com o Keytruda permaneceram vivos e sem sinais de recorrência do câncer após dois anos e meio de tratamento. Este resultado é particularmente notável, pois foi consistente em diferentes subgrupos de pacientes, incluindo aqueles com um grande número de mutações nos tumores ou níveis adequados da proteína PD-L1, que desempenha um papel crucial na regulação das respostas imunológicas do corpo, relata a CNBC.
A pesquisa sugere que a vacina pode ser benéfica para uma "ampla gama" de pacientes com melanoma, ampliando as possibilidades de tratamento para esta doença muitas vezes fatal. A durabilidade dos resultados, destacada por especialistas da Moderna e da Merck, é um aspecto animador, indicando que os benefícios do tratamento podem se estender além do período inicial após a terapia.
Embora a vacina ainda esteja em fase experimental, os resultados até o momento são encorajadores. A combinação da vacina com o Keytruda resultou em uma probabilidade 49% menor de morte ou recorrência do câncer em comparação com o uso do Keytruda sozinho, após aproximadamente três anos. Além disso, houve uma redução de 62% no risco de disseminação do melanoma para outras partes do corpo ou morte.
Os efeitos colaterais mais comuns associados à vacina foram fadiga, dor no local da injeção e calafrios, mas a maioria desses sintomas foi classificada como leve. Os pacientes que receberam a combinação de tratamentos apresentaram um ligeiro aumento nos efeitos colaterais relacionados ao sistema imunológico.
Esses avanços representam um marco significativo na luta contra o câncer e oferecem esperança para muitos pacientes que enfrentam essa doença desafiadora. Com a continuação dos estudos e a possibilidade de aprovação regulatória, esta vacina tem o potencial de transformar o panorama do tratamento do melanoma e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
A vacina, que utiliza a mesma tecnologia de mRNA da vacina Covid da Moderna, é desenvolvida de forma personalizada, com base na análise dos tumores de um paciente após a remoção cirúrgica. A injeção foi projetada para treinar o sistema imunológico para reconhecer e atacar mutações específicas nas células cancerígenas.
A vacina é uma parte fundamental do pipeline da Moderna: por isso, os resultados de ontem ajudaram a melhorar a avaliação dos investidores em relação à empresa de biotecnologia- que teve um ano difícil com a queda pela vacina contra a covid – até então seu único produto disponível no mercado.
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