Folha de S.Paulo
Jornalista: Natália Cancian
23/01/20 - O Ministério da Saúde descartou nesta quarta (22) a possibilidade de que um caso atendido em Belo Horizonte possa ser enquadrado como suspeito de coronavírus.

A posição ocorre após a Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais divulgar uma nota informando que investigava um caso suspeito em uma brasileira que apresentou sintomas respiratórios “compatíveis com a doença viral aguda” após voltar da China.

O motivo é o fato de que a paciente atendida em Belo Horizonte esteve em Xangai, onde não há, até o momento, transmissão ativa do vírus. Segundo definição atual da OMS, só há transmissão ativa do vírus na província de Wuhan.

A paciente, de 35 anos, foi atendida na terça (21) na UPA Centro Sul de Belo Horizonte. Ela havia desembarcado três dias antes com sintomas respiratórios compatíveis com a doença, o que trouxe alerta às equipes de saúde. Em seguida, foi transferida para observação no Hospital Eduardo de Menezes. A medida ocorreu como precaução diante do histórico de viagens, já que a paciente não apresentava sinais de gravidade clínica.

A secretaria de Minas Gerais diz que aguarda o resultado de exames para confirmar ou descartar a hipótese.

Em nota, o ministério diz que, até o momento, não há detecção de nenhum caso suspeito no Brasil de pneumonia indeterminada relacionada à situação que ocorre na China.

A pasta informa que tem realizado monitoramento diário da situação junto à OMS. Diz ainda que, assim que houver a definição de situação de emergência pela OMS, irá tomar as medidas cabíveis.

Nesta quarta, o aumento de casos na China fez o Ministério da Saúde reunir um comitê de operações de emergência para acompanhar o caso e avaliar novas ações.

Entre as ações já adotadas, estão a notificação da área de portos, aeroportos e fronteiras da Anvisa, avisos à área de vigilância do Mapa (Ministério da Agricultura) e notificação às secretarias de saúde, “evitando medidas restritivas e desproporcionais em relação aos riscos para a saúde e trânsito de pessoas, bens e mercadorias”.

A Anvisa informou ter enviado recomendações a equipes de vigilância em saúde em portos e aeroportos para reforço no controle de possíveis casos suspeitos de coronavírus. O órgão enviou um documento que orienta equipes destes locais sobre o atendimento de viajantes com sintomas e pede notificação imediata de casos suspeitos, além de intensificação em procedimentos de limpeza e desinfecção de terminais. Até o momento, não há recomendação de restrições de viagem.

Apesar do modo de transmissão do coronavírus ser desconhecido, a pasta reforça a necessidade de cuidados básicos para reduzir o risco geral de infecções. Entre as orientações, estão evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias, lavar as mãos, especialmente após contato com pessoas doentes e evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

Os primeiros casos de coronavírus na China foram notificados em 31 de dezembro. Desde então, autoridades chinesas já notificaram 17 mortes pela doença. Ao todo, são 444 casos confirmados de pessoas infectadas. O local mais afetado é Wuhan, mas também há casos em Pequim, Xangai, Macau, Hong Kong.

A China desestimulou reuniões públicas na província de Hubei (onde fica Wuhan) e intensificou medidas de contenção em hospitais. Enquanto isso, centenas de milhões de chineses se preparam para viajar pelo país e também para o exterior, em comemoração ao Ano-Novo chinês, no dia 25—sábado no Brasil.

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