A Corte Superior da Califórnia condenou a Monsanto a pagar indenização de 289 milhões de dólares (1,1 bilhão de reais) para um paciente de câncer. O americano Dewayne Johnson alegou na Justiça ter desenvolvido a doença durante período em que trabalhou diretamente com herbicidas desenvolvidos pela empresa.

Unidade da Bayer, que a adquiriu por 62,5 bilhões de dólares, a Monsanto enfrenta mais de 5000 processos semelhantes nos Estados Unidos. O caso de Johnson foi o primeiro a ser julgado nos Estados Unidos com base na tese de que o pesticida glifosato, produzido pela Monsanto, é cancerígino. 

O juri na Corte Superior da Califórnia em San Francisco deliberou por três dias antes de decidir que a Monsanto falhou em alertar Johnson e outros consumidores sobre o risco de câncer apresentado por seus pesticidas. A empresa deve pagar 39 milhões de dólares como compensação e 250 milhões como punição.

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Em nota, a Monsanto disse que apelará. A empresa nega que o glifosato, o herbicida mais usado do mundo, cause câncer, dizendo que décadas de estudos científicos comprovam que o pesticida é seguro.

“A decisão de hoje não muda o fato de que mais de 800 estudos científicos apoiam o fato de que o glifosato não causa câncer, e não causou o câncer do Sr. Johnson”, disse a companhia.

O caso de Johnson, aberto em 2016, recebeu prioridade no julgamento devido à seriedade de seu linfoma não-Hodgkin’s, um câncer do sistema linfático que ele afirma ter sido causado pelos herbicidas Roundup e pelo Ranger Pro, ambos formulados a partir do glifosato da Monsanto. Os médicos de Johnson dizem ser improvável que ele sobreviva além de 2020.

Ex-funcionário encarregado pelo controle de pragas no sistema escolar de um condado da Califórnia, Johnson, de 46 anos, aplicava o pesticidas até 30 vezes ao ano. Nos últimos anos, ele trabalhava como zelador em uma escola.

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Brent Wisner, advogado de Johnson, disse em nota que os membros do juri, pela primeira vez, haviam tido acesso à documentos da empresa que “provam que a Monsanto sabe por décadas que o glifosato, e especificamente o Roundup podem causar câncer”. Ele pediu que a Monsanto “ponha a segurança do consumidor antes do lucro”.

Durante o julgamento que durou quatro semanas, o juri ouviu depoimentos de estatísticos, médicos, pesquisadores de Saúde Pública, e epidemiologistas que tinham opiniões diversas sobre a possibilidade do glifosato causar câncer.

A Agência de Proteção Ambiental dos EUA concluiu em setembro de 2017 uma avaliação extensa sobre os riscos do glifosato e declarou que a substância provavelmente não é carcinogênica a seres humanos. Mas o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estuda a doença classificou o glifosato em 2015 como “provavelmente carcinogênico para seres humanos”.

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