A busca pelo medicamento para emagrecimento impulsiona mercado ilegal e preocupa especialistas.
O Mounjaro, medicamento injetável indicado para diabetes tipo 2 e também utilizado no tratamento da obesidade, tem ganhado notoriedade nas redes sociais, especialmente no TikTok. O remédio tem sido alvo de contrabando, com apreensões recentes realizadas pela Receita Federal.
Recentemente autoridades retiveram centenas de doses do medicamento no Aeroporto Internacional do Recife, avaliadas em R$ 1 milhão. Três dias depois, outra ação no mesmo local apreendeu mais outras 249 doses, totalizando R$ 800 mil em produtos ilegais.
O Crescimento da Demanda e o Mercado Ilegal
A corrida pelo Mounjaro se intensificou após sua aprovação pela Anvisa em setembro de 2023. Usuários das redes sociais compartilham relatos sobre os efeitos do medicamento, incentivando a automedicação e impulsionando sua venda ilegal.
Nos comentários de vídeos no TikTok, algumas pessoas oferecem o produto sem prescrição médica, o que representa um risco à saúde. O fenômeno reflete a crescente popularização das chamadas "canetas emagrecedoras", termo usado para descrever medicamentos injetáveis como Ozempic, Wegovy e Mounjaro.
Qual o mecanismo de ação do Mounjaro?
O medicamento contém tirzepatida, uma substância que imita a ação dos hormônios GLP-1 e GIP, responsáveis por regular a saciedade e a digestão. Sua aplicação é feita por injeção subcutânea no abdômen, coxa ou braço, com administração semanal e ajuste de dose conforme a necessidade do paciente.
Especialistas alertam que o uso sem acompanhamento médico pode gerar efeitos adversos, como náuseas, vômitos e distúrbios gastrointestinais. Além disso, há preocupações sobre a perda de massa muscular em pessoas sem obesidade, tornando o uso inadequado ainda mais perigoso.
Regulamentação e Medidas de Controle
Diante do aumento da demanda e dos riscos associados ao uso indevido, a Anvisa anunciou um controle mais rigoroso para medicamentos agonistas do GLP-1, exigindo a retenção da receita médica para compra. A medida visa evitar o uso indiscriminado e garantir que o medicamento seja utilizado apenas por pacientes com indicação clínica.
Com a chegada oficial do Mounjaro ao Brasil, espera-se que o mercado ilegal perca força, mas especialistas reforçam a importância do acompanhamento médico para garantir um tratamento seguro e eficaz.
Fontes: Isto É Dinheiro e Globo
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