Isabella Wanderley deixa comando da Novo Nordisk no Brasil
A Novo Nordisk, multinacional dinamarquesa do setor farmacêutico, anunciou uma importante mudança em sua liderança no Brasil. Isabella Wanderley, que ocupava o cargo de CEO desde agosto de 2021, deixou a posição conforme comunicado oficial divulgado pela empresa no dia 26 de setembro.
Segundo a nota, a saída de Wanderley faz parte de um processo de transição de liderança.
A companhia agradeceu “às contribuições significativas” da executiva durante os quatro anos em que esteve à frente da operação brasileira e afirmou que está “avaliando os próximos passos” para definir sua sucessão. A Novo Nordisk reforçou ainda seu compromisso com a equipe interna e com uma transição estável e estratégica.
Durante sua gestão, Isabella Wanderley foi responsável por marcos importantes, como o crescimento expressivo nas vendas do Ozempic — medicamento voltado ao tratamento de diabetes tipo 2 — e o lançamento do Wegovy, voltado ao tratamento da obesidade, em 2023. Esses avanços consolidaram a presença da empresa no mercado brasileiro e ampliaram sua relevância no segmento de medicamentos para doenças metabólicas.
No entanto, os últimos meses foram marcados por desafios significativos. A concorrência acirrada com a farmacêutica americana Eli Lilly, que lançou o Mounjaro — cujo princípio ativo é a tizepatida — aumentou a pressão sobre a Novo Nordisk. Além disso, a empresa enfrenta uma disputa judicial com o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) sobre a patente da liraglutida, princípio ativo do Ozempic, que expira em março de 2026. Com o fim da patente se aproximando, farmacêuticas como a brasileira EMS já iniciaram a produção de versões genéricas do medicamento.
A mudança no comando brasileiro ocorre em paralelo a uma reestruturação global. Em maio, Lars Fruergaard Jorgensens deixou o cargo de CEO mundial da Novo Nordisk, sendo substituído por Mike Doustdar em agosto. O novo líder global assumiu com a missão de acelerar a tomada de decisões e reforçar a execução comercial da empresa, especialmente diante da crescente concorrência no mercado de medicamentos para obesidade — um dos segmentos mais promissores e disputados da indústria farmacêutica atualmente.
A expectativa agora gira em torno de quem assumirá o comando da operação brasileira.
A Novo Nordisk ainda não divulgou o nome do novo CEO, mas garantiu que a escolha será feita com foco na continuidade estratégica e na manutenção dos resultados positivos obtidos nos últimos anos.
A saída de Isabella Wanderley marca o fim de um ciclo de liderança que deixou sua marca na trajetória da empresa no Brasil. O mercado aguarda os próximos capítulos dessa transição, que pode redefinir os rumos da farmacêutica em um cenário cada vez mais competitivo e dinâmico.
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