Rolf Hoenger, head da Roche Pharma para a região, diz à Bloomberg Línea que a adaptação dos sistemas de saúde é uma necessidade e uma oportunidade ao setor
Por Michelly Teixeira | Bloomberg Linea
Bloomberg Línea — Uma mudança de paradigma preocupa a indústria farmacêutica e coloca à prova as empresas que operam na América Latina: tanto o volume de doenças quanto a demanda por tratamentos têm mudado e a estrutura dos sistemas de saúde ainda não é capaz de lidar com essa evolução. Esse ambiente de transformação destaca a necessidade de adaptação dos países da região, de acordo com Rolf Hoenger, diretor da Roche Pharma para a América Latina, em entrevista à Bloomberg Línea.
Para Hoenger, a América Latina está em um ponto de inflexão em que a adaptação dos sistemas de saúde às doenças não transmissíveis (DNTs) não é apenas uma necessidade médica, mas também uma oportunidade estratégica para impulsionar o desenvolvimento e o crescimento econômico da região.
Como executivo da Roche Pharma, Hoenger mora no Brasil há dez anos e viveu outros 23 anos em países como Argentina, Peru, Colômbia, Equador e outros da América Central. Ele também esteve à frente da criação da divisão asiática da Roche.
Em 2022, a Roche respondeu por 6% do mercado farmacêutico global, com um valor estimado de US$ 1,48 bilhão, de acordo com estimativas da Statista, atrás apenas da Pfizer (PFE), com uma fatia de 9%.
Desde que chegou à América Latina, o executivo testemunhou como as doenças classificadas como não transmissíveis (DNTs), como as cardiovasculares, o câncer e os transtornos de saúde mental, têm remodelado os cuidados de saúde na região.
As DNTs representam um desafio maior do que o setor e os governos estão acostumados, disse o executivo. “Elas exigem uma perspectiva de gerenciamento de longo prazo e uma infraestrutura que hoje não está desenvolvida em muitos países da América Latina.”
Hoenger enfatizou a urgência de os sistemas de saúde se adaptarem para gerenciar essas condições crônicas, que exigem uma abordagem sustentada e de longo prazo para o atendimento, muito diferente daquela exigida para as doenças infecciosas que tradicionalmente dominam o volume de doenças na região.
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