No dia 13 de outubro é o Dia Mundial da Trombose, que tem por objetivo conscientizar a população sobre os fatores de risco e a gravidade da doença, que se caracteriza pela formação de trombos – coágulos sanguíneos –, e pode resultar em obstrução e inflamações na parede dos vasos responsáveis pela passagem do sangue, podendo causar sérias complicações como AVC e embolia pulmonar e até levar à morte.
Atualmente, a trombose é responsável por uma a cada quatro mortes no mundo¹,².
No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é que um ou dois habitantes a cada mil sofram de trombose venosa profunda e embolia pulmonar. Apenas no primeiro semestre de 2016, a trombose atingiu 65 mil brasileiros³.
Há uma série de fatores que podem desencadear a trombose, dentre eles a idade avançada, sedentarismo, pacientes com insuficiência cardíaca, obesidade e imobilização. No caso das mulheres, a probabilidade de desenvolver uma trombose é ainda maior, visto que estão expostas a fatores que aumentam o risco de desenvolver coágulos: uso da pílula anticoncepcional, gestação e tratamento de reposição hormonal.
De acordo com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), as mulheres que fazem uso de anticoncepcionais apresentam maior risco de ter trombose venosa. O risco é de duas a sete vezes maior entre mulheres da mesma idade que usam pílula, em relação àquelas que não fazem uso do medicamento. Quando gestantes, a chance de a mulher desenvolver a doença aumenta em 10 vezes em relação àquelas não gestantes.
No período de pós-parto, durante aproximadamente 40 dias, esse risco chega a ser 15 vezes maior. As principais apresentações da trombose venosa são a trombose venosa profunda de membros inferiores e a embolia pulmonar, que ocorre quando o coágulo se aloja nos pulmões. O AVC – Acidente Vascular Cerebral ou TVC – trombose venosa cerebral, podem também ocorrer quando o trombo se aloja em vasos do cérebro – podendo ser fatal.
A trombose venosa pode se apresentar com poucos sintomas e, por isso, é muitas vezes subdiagnosticada. É fundamental que o médico seja capacitado para reconhecê-la e, mediante suspeita diagnóstica, confirmá-la e tratá-la com urgência.
Caso tenha interesse em abordar o tema, a Dra. Suely Resende, hematologista, professora do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do conselho diretor da International Society on Thrombosis and Haemostasis (ISTH) está à disposição para entrevistas.
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