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by Leticia Riente - Olhar Digital

Já imaginou tratamentos quimioterápicos que não causam efeitos colaterais? É exatamente este o objetivo de pesquisadores da Universidade Luís Maximiliano de Munique (LMU), na Alemanha. O coletivo desenvolveu uma nanopartícula que pode tratar o câncer de forma assertiva e sem causar reações tóxicas ao organismo.

O fármaco sintético já foi testado em camundongos e apresentou bons resultados.

Trata-se de uma nanopartícula composta por fosfato e citrato de cálcio. Desta forma, o foco é que estas substâncias tomem conta do controle regulatório de vias de sinalização celular.

“Preparamos nanopartículas amorfas e porosas compostas por fosfato de cálcio e citrato, que são encapsuladas em uma camada lipídica”, explicou Constantin von Schirnding, um dos líderes do estudo. Esta constatação é importante, pois o encapsulamento faz com que a absorção das partículas ocorra imediatamente, sem gerar efeitos colaterais.

Dessa maneira, a LMU explica que “o encapsulamento garante que essas partículas sejam prontamente absorvidas pelas células sem desencadear contramedidas. Uma vez na célula, a camada lipídica é eficientemente quebrada e grandes quantidades de cálcio e citrato são depositadas no citoplasma”.

Enquanto ocorre a captação celular, as nanopartículas devolvem um segundo revestimento de membrana. Assim sendo, o estudo alemão revela que as células cancerosas, por meio de uma característica única, conseguem romper essa membrana externa, permitindo que o conteúdo das vesículas vaze para o citoplasma. Surpreendentemente, este não é o comportamento das células saudáveis, que permanecem íntegras.

Todo este processo garante a invasão das células cancerosas de forma assertiva, atacando a doença e mantendo as células saudáveis intactas.

Experimentos com a nanopartícula

A teoria da nanopartícula foi aplicada em camundongos, ou seja, sua eficácia foi provada de forma prática. Segundo os pesquisadores, os resultados não poderiam ter sido melhores, principalmente porque dois tipos agressivos de câncer foram tratados nas abordagens.

“A toxicidade altamente seletiva das partículas possibilitou que tratássemos com sucesso dois tipos diferentes de tumores pleurais altamente agressivos em camundongos. Com apenas duas doses, administradas localmente, fomos capazes de reduzir o tamanho do tumor em 40 e 70%, respectivamente”, afirmou Hanna Engelke, mais uma líder da pesquisa.

Outro ponto a ser destacado foi o sucesso da inserção das substâncias em cavidades pleurais, onde normalmente não são aceitos tratamentos quimioterápicos. “Em contraste, nossas nanopartículas podem ser introduzidas diretamente na cavidade pleural”, disse Thomas Bein, terceiro autor do estudo.

Em conclusão, também é importante salientar que não foram registrados efeitos colaterais e que a nanopartícula possui grande potencial para ser, um dia, aplicada amplamente contra vários tipos de câncer.

Via: Universidade Luís Maximiliano de Munique

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