Imagem: Aulos Bioscience/Reprodução
por Hemerson Brandão - Gizmodo
Pesquisadores de Israel conseguiram desenvolver os primeiros anticorpos programados por computador para combater o câncer. Segundo os cientistas, os nanorrobôs podem decidir se as células que cercam um determinado tumor são boas ou ruins.
De acordo com o noticiário The Times of Israel, pacientes com câncer já estão testando o novo medicamento tecnológico. A ideia é usar os nanorrobôs para atacar as células que ajudam na progressão do tumor, enquanto melhoram as habilidades daquelas que inibem o crescimento do câncer.
A invenção é liderada pelo israelense Yanay Ofran, da Universidade Bar-Ilan. Ele diz ter desenvolvido a tecnologia baseando-se nos anticorpos de humanos e animais. A criação dos nanorôbos é feita do zero em um computador – por meio de um software de IA (inteligência artificial) –, e depois são produzidos a partir de aminoácidos em um processo semelhante à impressão 3D.
O professor afirma que seu anticorpo – batizado AU-007 – é o primeiro do mundo a ser projetado em computador a ser testado em humanos. Ele vai além e afirma que – diferentemente de outros anticorpos – os nanorrobôs podem no futuro ser programados para executar múltiplas funções, como combater vírus, inspecionar diferentes tipos de células e curar várias doenças – o que abre caminho para terapias mais inteligentes.
A pesquisa tem envolvido criar milhões de anticorpos e monitorar o seu comportamento. Os testes buscam certificar que os nanorrobôs são seguros, estáveis e fáceis de usar, podendo permanecer funcionais por anos. Tal terapia poderia se tornar mais eficiente do que outros estudos que estão desenvolvendo vírus que matam o câncer.
“Em vez de apenas procurar um ambiente e reagir sempre com a mesma resposta, estamos produzindo anticorpos que podem agir condicionalmente, ou seja, se as células aparecem de uma maneira que fazem ‘x’ e se parecem de outra maneira, fazem ‘y,’”, disse Ofran.
Os nanorobôs são projetados pela startup Biolojic Design e testados pela Aulos Bioscience. Resultados preliminares do primeiro ensaio clínico indicam que o uso do AU-007 mostrou tendências de diminuição de células envolvidas no desenvolvimento de tumores.
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