Natura afirma que venda era para focar em prioridades estratégicas

Natura afirma que venda era para focar em prioridades estratégicas

Foto: Daniel Teixeira / Estadão / Estadão

 

Negócio havia sido anunciado em abril deste ano e dependia da aprovação de órgãos reguladores; marca de luxo australiana tem cerca de 400 pontos de venda pelo mundo

 

A Natura &Co conclui nesta quarta-feira, 30, a venda da marca de luxo australiana Aesop para a L'Oréal. O negócio tinha sido anunciado ainda em abril. O valor total da transação foi de US$ 2.586.988.081,00. O preço, indicado em comunicado ao mercado nesta quarta, supera o valor informado em abril, de US$ 2,525 bilhões.

Na época da divulgação do acordo, o CEO do L'Oréal Groupe, Nicolas Hieronimus, afirmou estar "animado para dar boas-vindas a Aesop e seu time", acrescentando que a marca australiana "aproveita todas as correntes ascendentes" e tem enorme potencial de crescimento na China e no varejo de viagem.

A Aesop tem cerca de 400 pontos de venda nas Américas, Europa, Austrália, Nova Zelândia e Ásia.

O anúncio da compra ocorreu uma semana após a Natura reiterar que estava avaliando opções como oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) ou uma venda de participação na Aesop. A medida fazia parte do seu processo de reestruturação para reverter resultados corporativos fracos.

Segundo a Natura, a empresa buscava com a transação focar em suas prioridades estratégicas, especialmente na integração na América Latina, assim como na otimização geográfica da Avon Internacional e na melhora da The Body Shop, com rígida disciplina financeira.

CEO da Natura &Co, Fábio Barbosa afirmou em abril que a separação da Aesop marcava um novo ciclo de desenvolvimento para o grupo.

 

Redução das dívidas

A venda da Aesop ajudará a Natura a acelerar os esforços para reduzir o endividamento, após uma sequência de resultados considerados ruins pelo mercado.

Avaliada como um ativo bom, mas de pouca representatividade no grupo, a Aesop entrou no radar dos analistas no fim do ano passado, quando a companhia admitiu estudar alternativas para a operação. Inicialmente, todos os cenários estavam à mesa, desde uma separação da marca em uma nova empresa até a negociação de uma fatia da unidade.

A hipótese da venda ganhou força após a divulgação dos resultados abaixo do esperado no quarto trimestre de 2022. No período, a Natura amargou um prejuízo de cerca de R$ 900 milhões e viu seu endividamento alcançar 5,6 vezes, na relação dívida líquida sobre Ebtida. A partir desse nível, analistas do Santander e do mercado passaram a considerar a venda do negócio como o cenário provável.

Entre os nomes que apareciam entre os potenciais compradores, além da L'Oreal, estavam a LVMH (dona da Louis Vuitton, Dior e outras marcas) e Shisheido.

 

Estadão

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