Jornalista: Alexandre Melo
Valor Econômico
07/01/20 - A Natura &Co elevou as estimativas dos ganhos que poderá ter, enxugando custos e ficando mais produtiva, como resultado da aquisição da Avon Products nos próximos três anos. A cifra varia de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões por ano, em 36 meses. A estimativa anterior, informada em maio de 2019, era de US$ 150 milhões a US$ 250 milhões.
Natura e Avon comprarão insumos em conjunto, negociando melhores condições com os fornecedores. A economia potencial na cadeia de suprimentos é de US$ 100 milhões a US$ 140 milhões por ano. Na área administrativa, os valores estimados ficam entre US$ 60 milhões e US$ 90 milhões. E na produção e distribuição, a sinergia estimada é de US$ 40 milhões a US$ 70 milhões.
O Brasil e a América Latina serão as principais fontes geradoras desses ganhos. “As sinergias vão aumentar a rentabilidade no médio prazo [e os recursos serão] reinvestidos em áreas estratégicas”, disse ontem Roberto Marques, presidente executivo do conselho de administração e principal executivo da Natura &Co, em teleconferência.
Segundo Marques, os ganhos resultantes da união das duas empresas, formando a quarta maior empresa do setor de produtos de beleza do mundo, poderão ser novamente revisados para cima no futuro.
“Esta revisão [anunciada ontem] foi bastante positiva. A empresa está no caminho certo e deverá alcançar os valores estimados”, disse Georgia Jorge, analista do BB Investimentos.
Com a aquisição da rival histórica na América Latina, a Natura assumiu a liderança nas vendas de fragrâncias em 19 países, sendo a terceira maior do mundo na categoria.
Perguntado sobre a possibilidade de mudança no domicílio fiscal do grupo após ampliar a atuação para 100 países, Marques, que vai continuar morando em Nova York, afirmou que “não existe plano para mudar a estrutura tributária para outra região”. O executivo disse na teleconferência com analistas que este tipo de alteração “é algo sempre avaliado, mas que a empresa está comprometida com a região”, apesar de agora ser uma companhia global.
As ações da Natura &Co chegaram a registrar ontem alta de 5,68% - a maior da B3. Mas acabaram fechando o pregão em queda de 2,12%, a R$ 40,13. Os recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês), que estrearam na Bolsa de Nova York ontem, abriram valendo US$ 20,60. Ao fim do dia, o papel caiu 5,53%, a US$ 19,46.
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