MERCADO

Valor Econômico

Alexandre Melo

SÃO PAULO - A recuperação no consumo dos brasileiros nos últimos meses e a melhora no cenário político-econômico deverão colaborar para que a Nestlé Brasil tenha desempenho melhor nas vendas em 2019, diz o presidente da multinacional no país, Marcelo Melchior.

"Vejo com otimismo a melhora que está ocorrendo no exterior, mas também não ocorre nenhum 'boom' no crescimento. O cenário [interno] está melhorando. É hora de parar de falar em crise porque isso só nos torna vítimas. Agora é preciso correr atrás dos desafios", afirmou o executivo que comanda Nestlé desde abril deste ano.

Sobre a perspectiva de elevar os investimentos na operação brasileira, o executivo afirmou que ainda é preciso esperar uma retomada mais forte da economia para aumentar os aportes. A empresa finalizou o orçamento de 2019 antes das eleições e não fez nenhuma alteração devido ao resultado.

Para os próximos anos, Melchior disse que a companhia, que está há 100 anos no Brasil, deverá aumentar a oferta de produtos e bebidas mais saudáveis para os consumidores. "Poderemos fazer aquisições de marcas no país [que atuam neste nicho]", comentou o presidente, que preferiu não se aprofundar no assunto. A prioridade será acelerar os programas de inovação.

Melchior afirmou que a Nestlé está mudando o portfólio e incluindo itens para atender à demanda crescente desse tipo público. Recentemente, foi lançado o Nescau Max, totalmente sem açúcar. A empresa busca "agilidade de startup" para lidar com este novo cenário.

A Nestlé apresentou à imprensa hoje os resultados do programa "Aliança pelos Jovens", que chegou ao Brasil em 2015 e foi responsável por capacitar 26 mil pessoas nestes três anos. Os participantes passam por treinamentos para o desenvolvimento profissional.

A iniciativa também envolve parceria com 20 companhias como Braskem, Givaudan, CSN, Google, Cargill e Galderma. Este projeto foi lançado na Europa, em 2008, e chegou à América em 2014. O objetivo no país é colaborar para a contratação de 9 mil jovens com idades de até 30 anos até 2020 para atuarem como aprendizes, estagiários e trainees.

"Nosso objetivo é melhorar a qualificação dos jovens nos seis meses em que passam na Nestlé ou uma das demais empresas. Queremos deixá-los preparados para o mercado de trabalho. A taxa de desemprego nessa população é o dobro quando comparada às demais faixas etárias", disse Melchior.