Nestlé busca inovar com startups

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por Paula Pacheco

Correio Braziliense

 

14/10/19 - Grandes empresas têm buscado de forma crescente a aproximação com startups. Esse movimento chegou a diferentes setores, do financeiro ao automotivo. A Nestlé está entre as companhias que têm apostado em parcerias com empreendimentos que, de alguma forma, estão ligados ao universo da inovação. Segundo Victor Vendramini, head de e-business de Nestlé Health Science, o objetivo é trazer inovação para o negócio e benefícios para os clientes.

O Brasil será o primeiro país a receber o programa de aceleração de startups da área de saúde da Nestlé Health Science, o braço de ciência e saúde da companhia de origem suíça. O Beyond Food, desenvolvido em parceria com a StartSe e a Innoscience, prevê recursos de R$ 1 milhão para a aceleração de três startups.

Estarão no radar da aceleradora as startups que apresentarem soluções estratégicas tecnológicas, como o aumento da eficiência das vendas do e-commerce, a determinação de preços dos produtos, o desenvolvimento de robótica que apoie cuidadores e familiares durante o tratamento e nutrição de pacientes, impressão 3D e 4D de alimentos e tecnologias de realidade aumentada voltadas à prevenção de doenças.

A parceria entre Nestlé e as startups vai se estender durante o ano de 2020. Em um primeiro processo de seleção, serão escolhidas até 15 empresas. Esses empreendedores passarão por um encontro com executivos do primeiro escalão da companhia. Em uma segunda rodada, cinco startups se apresentarão em um pitch day, em dezembro. Nessa data, a Nestlé Health Science vai anunciar até três startups vencedoras.

O aporte financeiro será dividido da seguinte forma: a primeira colocada receberá R$ 500 mil, a segunda ficará com R$ 300 mil e a terceira terá direito a R$ 200 mil.

O Brasil foi escolhido para desenvolver esse tipo de parceria, segundo o executivo, por já ter maturidade em projetos que agreguem tecnologia. Além disso, também pesou a favor do país o fato de ter hoje várias iniciativas na área digital, tanto por meio da adoção de soluções de fornecedores quanto pelo desenvolvimento interno.

É o caso dos óculos, lançados neste mês, que projetam imagens em 3D com o passo a passo alimentar de pessoas internadas nos hospitais que será determinado por nutricionistas ou enfermeiras. O paciente utiliza o acessório e vê as imagens sobre como será sua jornada nutricional.

O objetivo do estabelecimento de saúde é estimular que ele se alimente de maneira adequada e acelere a recuperação, o que reduz o tempo e o custo de permanência, além de impactar na saúde do doente. Até o fim do ano, 33 hospitais já estarão usando o recurso. “É uma forma de adequar o paciente à sua dieta e acelerar a alta hospitalar”, explica Vendramini.

Soluções como a dos óculos para melhorar a nutrição de pacientes e as propostas que a companhia espera receber com o programa de aceleração serão aplicadas não apenas na operação brasileira, mas têm potencial, de acordo com o executivo, para serem replicadas por outras subsidiárias.

Além da injeção de recursos e a possibilidade de dar escala a um projeto, startups que participam de processos de aceleração como o da Nestlé buscam ter contato com os executivos das empresas investidoras para conhecer mais sobre o negócio. É uma forma, segundo Vendramini, de terem ideias e serem desafiados. As inscrições vão até 25 de outubro.

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