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Por Mariana Bandeira

Jornal Econômico (Portugal)

É no jardim da Nestlé que está instalado o espaço “Fora da Casca”, um projeto de inovação da empresa de alimentos e bebidas que transforma os próprios trabalhadores em empreendedores. Mais do que receber startups, o programa da Nestlé quer aproveitar o talento interno – algo que está a fazer eco nos líderes globais da multinacional suíça. No grupo de 50 colaboradores inscritos encontra-se um membro do ‘board’.

A Nestlé tem 152 anos mas também já foi uma startup, fundada pelas mãos do alemão Henri Nestlé, preocupado com a elevada taxa de mortalidade infantil do séc. XIX. Mais de um século depois, no jardim da sede de Portugal, nasce um espaço que pretende trazer de volta o espírito de microempresa à multinacional suíça de alimentos e bebidas.

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Lançado em setembro, o “Fora da Casca” é um programa de inovação e empreendedorismo nas áreas de Nutrição, Saúde e Bem-Estar, alavancado no lema “Fazer diferente para fazer a diferença”. Já com espaço físico de cowork, a Nestlé quer fomentar o empreendedorismo interno e abrir a empresa à inovação externa, proveniente de startups. O Jornal Económico foi conhecer esta box colorida que se assemelha a uma sala de aula, porque é exatamente isso que os colaboradores, ‘miúdos ou graúdos’, fazem às sextas-feiras: apreender, com o apoio da Nova School of Business and Economics (SBE).

O programa tem uma vertente uma interna, a de dar oportunidade aos trabalhadores de serem fresh thinkers e de desenvolveram os seus próprios projetos na Nestlé, e uma externa, composta por desafios a startups portuguesas e internacionais que se insiram nos objetivos da marca. A nível externo, as startups podem absorver as vantagens de uma multinacional, como a exposição internacional, as infraestruturas e o vasto portfólio de marcas para gerir. Interinamente, a missão foi aceite por 50 colaboradores, entre os quais um membro do board e na sua maioria mulheres, o que corresponde a cerca de 10% dos trabalhadores na sede da Nestlé, em Linda-a-Velha.

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“Por um lado, temos uma mudança de cultura interna, assegurando um conjunto de pessoas poderia estar exposta a trabalhar como as startups trabalham. Por outro, conhecer startups que pudessem responder ao nosso propósito: melhorar a qualidade de vida dos portugueses e contribuir para um futuro mais saudável”, afirma Luís Ferreira Pinto, da Nestlé Portugal, ao semanário. O responsável da Nestlé pelo programa sublinha ainda que é importante haver investimento na formação.

cowork de Linda-a-Velha foi pioneiro dentro do grupo e a sede de Itália já está interessada em avançar com uma réplica da iniciativa nacional. Também o responsável mundial de Inovação visitou a sede portuguesa e se inspirou no modelo. “Certamente que terá alguma exposição internacional em termos de outras equipas Nestlé o adotarem”, acredita Luís Ferreira Pinto.

Miguel Muñoz Duarte, professor da Nova SBE, desloca-se regularmente ao “Fora da Casca” para formar os colaboradores e prestar mentoria ao longo de 24 semanas. O docente ficou encarregue de ensinar capacidades de gestão em contexto de incerteza a “pessoas de um mundo de certezas, o das multinacionais”. “Lançámos um desafio para quem quisesse montar uma ideia e tivemos cerca de 50 voluntários loucos inovadores internos que se candidataram, de todas as áreas”, disse Miguel Muñoz Duarte. Após a aula e cumprirem o horário de trabalho em equipa, os empreendedores da Nestlé esperam a intervenção e os ensinamentos de Tim Vieira, empresário e um dos protagonistas do “Shark Tank“.

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Os colaboradores inscreveram-se no programa de forma voluntária e no início dos trabalhos houve algum “incómodo e desconforto” por terem de sair da zona de conforto, mas depressa o processo se transformou num “borbulhar de ideias”. Neste momento, os empreendedores da Nestlé estão a fazer os protótipos – que vão desde jantares a comida para animais de estimação-, depois de terem passado por uma fase de validação junto de clientes. Para o mentor, as fases finais foram novas para a empresa e para os seus funcionários devido às metodologias de trabalho.

“O grande desafio que tivemos em 2017 foi transformacional a nível de mindset e de experimentar novas formas de trabalhar. Já experimentámos vários modelos de inovar e aquilo que reconhecemos foi que nos faltava o lado académico”, confessou Susana Felgueiras, manager de New Business Opportunities da Nestlé. “A Nestlé é conhecida por ser lenta nos seus processos, somos uma máquina pesada. Aqui podem tomar decisões rápidas, assumir riscos e perceber que falhar faz parte do processo”, resume a porta-voz.

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