Manuel Baigorri, Sarah Syed e Ruth David
(Bloomberg) -- A Nestlé, a maior empresa de alimentos do mundo, está se posicionando como principal ofertante na disputa para a aquisição da divisão de saúde do consumidor da Merck, em negócio que pode chegar a US$ 5 bilhões, após a desistência de algumas concorrentes, segundo pessoas a par do assunto.
A Nestlé apresentou a maior oferta e a empresa alemã provavelmente selecionará uma vencedora no primeiro trimestre, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões são confidenciais. Empresas como a Perrigo e as firmas de private equity Bain Capital e Cinven decidiram abandonar o processo de venda, disseram as pessoas.
Os porta-vozes da Nestlé, da Merck, da Bain e da Cinven preferiram não comentar. Um representante da Perrigo não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário enviados por e-mail.
Embora empresas como Reckitt Benckiser Group e Mylan continuem interessadas nos ativos, a Nestlé é considerada favorita no momento, disseram as pessoas. O CEO Mark Schneider vem reforçando o negócio de saúde da empresa de alimentos suíça, que no mês passado adquiriu a fabricante de suplementos canadense Atrium Innovations por US$ 2,3 bilhões.
style="display:block" data-ad-format="autorelaxed" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="7514086806">
Uma porta-voz da Reckitt Benckiser preferiu não comentar. Um telefonema para a Mylan foi encaminhado aos representantes da empresa nos EUA, que não responderam a um e-mail fora do horário comercial.
A unidade de consumo do conglomerado alemão, que gera menos entusiasmo entre os possíveis compradores do que um conjunto concorrente de ativos colocado no mercado pela Pfizer, pode alcançar US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões na venda, disseram as pessoas. Nenhuma decisão final foi tomada e a Merck ainda pode decidir manter os ativos, disseram as pessoas.
A Merck busca vender a unidade, que comercializa vitaminas e suplementos alimentares, para concentrar recursos no negócio farmacêutico. O conglomerado alemão afirmou que não terá capital para reforçar a divisão de saúde do consumidor e ao mesmo tempo testar novas drogas, como o medicamento para o câncer Bavencio. A empresa planeja usar os recursos obtidos em uma possível transação para quitar dívidas.
Entre as marcas de venda livre da divisão estão a Neurobion, uma combinação de vitaminas B, e os suplementos nutricionais Seven Seas. A divisão gerou 860 milhões de euros (US$ 1,03 bilhão) em receitas em 2016.
Por sua vez, a divisão de saúde do consumidor da gigante americana Pfizer, que registrou vendas de US$ 3,4 bilhões em 2016, deverá receber no início do ano propostas não vinculativas de possíveis pretendentes como Nestlé, Johnson & Johnson, GlaxoSmithKline, Sanofi e Reckitt Benckiser, disseram pessoas com conhecimento do assunto no mês passado.
--Com a colaboração de Naomi Kresge John Lauerman Corinne Gretler Thomas Buckley e Yaacov Benmeleh
Comentários