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Daniela Regina Silveira Depman afirmou que a profissão de farmacêutica é muito gratificante: 'Eu gosto de estar junto com as pessoas, de atender' - EMIDIO MARQUES

No Dia do Farmacêutico, CRF diz que profissão vive bom momento

Priscila Fernandes - priscila.fernandes@jcruzeiro.com.br

Jornal Cruzeiro

Profissional de saúde, com campo de atuação cada vez mais amplo, os farmacêuticos celebram neste sábado, dia 20, a data em homenagem à categoria. A expectativa é ampliar cada vez mais o rol de serviços e procedimentos oferecidos pelos profissionais da área, conforme aponta o presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), Marcos Machado. Para ele, o panorama é positivo. "Nos encontramos em um momento muito bom da profissão." 
Machado destaca que o farmacêutico é em essência um profissional de saúde, não da área comercial, e que um dos maiores desafios da categoria é consolidar essa visão. "A maior busca do profissional farmacêutico é ser reconhecido como profissional de saúde", explica. O especialista deve auxiliar os pacientes na prescrição (de alguns tipos de medicação) e orientação quanto a sua utilização correta. A área de atuação já não se limita apenas às drogarias e farmácias, sendo a presença do profissional indispensável também nas unidades de saúde públicas e estabelecimentos de estética. 

Em dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou resolução que permite a qualquer estabelecimento de saúde realizar atividade de vacinação, incluindo farmácias e drogarias. Machado define a iniciativa como um avanço muito grande para os profissionais, e um ganho enorme para a população. Ele aponta que, com a oferta reduzida de unidades públicas e os altos preços de clínicas particulares, a disponibilidade de vacinação nas farmácias ampliará o acesso da população às imunizações. 

Os próximos passos para a profissão estariam na atividade liberal, com atendimento não só dentro das farmácias e ainda na ampliação dos serviços e procedimentos. "As farmácias como um todo também estão em transformação." Ele acredita que, futuramente, exames de colesterol e dengue, por exemplo, possam ser realizados nas farmácias e drogarias. "É bem possível que, em um futuro próximo, sejam incorporados novos procedimentos", avalia. 

O presidente do CRF acredita que para atuar como farmacêutico é preciso saber acolher. "(O profissional farmacêutico) é uma pessoa dedicada, que gosta de saúde, de atender pessoas", descreve. Machado aponta que o profissional deve ser atencioso e prestativo, se preocupando com as pessoas, para oferecer o auxílio necessário. "Esse é o objetivo e perfil dos profissionais que nós queremos", diz. Ele observa que a capacitação é fundamental e que o próprio conselho oferece cursos e formações. Mais informações sobre a profissão e capacitações podem ser obtidas no site do CRF: http://portal.crfsp.org.br/.

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Trabalho gratificante 

Farmacêutica há 16 anos, Daniela Regina Silveira Depman, 38 anos, define a profissão como "extremamente gratificante". Atuando na rede Farmamed de Sorocaba, a profissional descreve o contato com os pacientes como a melhor parte. "Eu gosto de estar junto com as pessoas, de atender", observa. Clientes que se tornam amigos, observar a evolução do paciente aos medicamentos e acompanhar gerações que passam pela farmácia, são retornos diretos que a atuação nas famácias e drogarias permite. 

Mas o relacionamento com o usuário dos medicamentos também tem dificuldades. "O maior desafio é que as pessoas entendam as limitações", diz. Cercada de regulamentações, a prática não permite a venda de medicamentos com receitas vencidas ou rasuradas, por exemplo. E mesmo com o desejo de ajudar o paciente, o profissional precisa respeitar as regras da Vigilância Sanitária e demais órgãos reguladores. A profissão exige ainda a reciclagem constante. Normas e regulamentações mudam com frequência, além dos novos medicamentos que são lançados no mercado. "Tem que estar sempre estudando", aconselha. 

A especialista observa que na faculdade são apresentados os diversos ramos de atuação, mas que a área mais absorvida pelo mercado costuma ser de fato as farmácias e drogarias. Ela também observa que a gama de serviços oferecidos nestes locais tem expectativa de ampliação. 

Carreira exige bastante estudo 

O vestibulando que deseja ingressar na graduação em Farmácia deve estar preparado e interessado em estudar conceitos de química, matemática e biologia. "Para saber como a medicação atua no organismo", explica o doutor em farmacologia e reitor da Universidade de Sorocaba (Uniso), Fernando de Sá Del Fiol. A instituição oferece a graduação há quase 20 anos, além de ofertar ainda mestrado e doutorado em Farmácia. 

Ao longo dos dez semestres de faculdade, o aluno terá contato com pesquisas, laboratórios e muito estudo. "Ele (estudante) deve ter em mente que vai precisar estudar bastante", observa. O reitor conta que há ainda componentes curriculares voltados para o atendimento ao paciente -- conhecimentos que serão essenciais aos farmacêuticos que optarem pelo trabalho em farmácias, drogarias e unidades públicas de saúde. 

Ele lembra que, antigamente, os graduandos em Farmácia escolhiam atuar em análises clínicas, alimentos ou indústria de medicamentos, mas que a partir dos anos 2000, todos os farmacêuticos passaram a dominar as três especialidades. Fiol destaca que o campo de atuação da profissão está cada vez mais amplo, apontando que os radiofármacos e alimentos funcionais indicam um futuro de inovações para a Farmácia. "É uma profissão que está crescendo", observa. O reitor destaca o papel da pesquisa na área. "É uma profissão fascinante, que envolve descobertas", diz.

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