No mundo real, Covaxin tem 50% de eficácia

Covaxin: entenda as críticas à vacina indiana contra a Covid-19 que despertou interesse de clínicas privadas brasileiras - Jornal O Globo

Correio Braziliense 
Jornalista: Paloma Oliveto

Aprovada em janeiro para uso emergencial na Índia, a BBV152 (Covaxin) tem efetividade de 50% para casos sintomáticos de covid-19, de acordo com o primeiro estudo com dados do mundo real, feito com 2,7 mil profissionais de saúde que tomaram as duas doses da vacina. O artigo, publicado na revista The Lancet, encontrou uma eficácia mais baixa do que a sugerida pelos ensaios clínicos de fase 3 (78%). Segundo os autores, um dos prováveis motivos é que a pesquisa foi realizada entre abril e maio, quando a variante delta estava crescendo no país. Além disso, eles alegam que o público — trabalhadores de hospitais — estava mais exposto ao Sars-CoV-2.

A Covaxin, desenvolvida pela companhia Bharat Biotech, é uma vacina de vírus inteiro inativado. O estudo foi realizado no AIIMS, centro de tratamento da covid-19 localizado em Nova Délhi. O hospital começou a oferecer o imunizante em 16 de janeiro para todos os funcionários. De 15 de abril a 15 de maio, os pesquisadores conduziram o estudo para avaliar a efetividade da BBV152 contra a infecção sintomática por Sars-CoV-2, confirmada pelo PCR, teste padrão ouro de detecção do vírus.

Dos 2.714 funcionários incluídos no estudo, 1.617 testaram positivo para o coronavírus. A efetividade ajustada da vacina contra a covid-19 sintomática após duas doses de BBV152 foi de 50% e permaneceu estável durante o período de acompanhamento, de sete semanas. "Os resultados do estudo confirmam pesquisas anteriores, indicando que duas doses de BBV152 são necessárias para atingir a proteção máxima e que todos os planos de implantação da vacina devem seguir o esquema de dosagem recomendado. Mais pesquisas são necessárias para entender melhor como essas descobertas se traduzem na eficácia do BBV152 contra a delta e outras variantes preocupantes, especialmente relacionadas a infecções graves de covid-19, hospitalização e mortes", disse, em nota, Parul Kodan, professor-assistente de medicina do AIIMS.

"Nosso estudo oferece um quadro mais completo de como a BBV152 atua no mundo real e deve ser considerado no contexto das condições de pico da covid-19 na Índia, combinado com o possível potencial imunológico evasivo da variante delta", comenta Manish Soneja, também professor de medicina no AIIMS. "A pesquisa soma-se ao crescente corpo de evidências de que os programas de implementação rápida de vacinas continuam sendo o caminho mais promissor para o controle da pandemia, enquanto as políticas de saúde pública devem continuar a incluir medidas de proteção adicionais, como uso de máscara e distanciamento social", destaca."

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