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Disputa ocorre em meio à concorrência das farmacêuticas no mercado de medicamentos para perda de peso, que está em rápido crescimento e é altamente competitivo

 

A corrida global por soluções inovadoras no tratamento da obesidade ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (30), com a entrada da Novo Nordisk e da Pfizer em uma disputa acirrada pela aquisição da empresa americana de biotecnologia Metsera. Especializada em medicamentos experimentais para perda de peso, a Metsera tornou-se o centro das atenções em um mercado que deve movimentar até US$ 150 bilhões na próxima década. Informou a Reuters.

A proposta da dinamarquesa Novo Nordisk, conhecida mundialmente pelos medicamentos Wegovy (para perda de peso) e Ozempic (para diabetes), chegou a impressionantes US$ 8,5 bilhões — sendo US$ 6 bilhões à vista e o restante condicionado ao cumprimento de metas clínicas e regulatórias. A oferta supera a da rival Pfizer, que havia proposto US$ 7,3 bilhões em condições semelhantes.

A Metsera, que abriu capital este ano, viu suas ações dispararem mais de 22% após o anúncio, acumulando uma valorização de quase 100% desde janeiro. Avaliada em cerca de US$ 5,5 bilhões até o dia anterior, a empresa agora pode ser negociada por até US$ 9 bilhões, segundo estimativas da Novo Nordisk.

O portfólio da Metsera inclui o MET-097i, um injetável de GLP-1, e o MET-233i, que imita o hormônio pancreático amilina — ambos com potencial para revolucionar o tratamento da obesidade, oferecendo alternativas com menor frequência de aplicação em comparação aos produtos atuais da Novo Nordisk e da Eli Lilly.

A disputa entre as farmacêuticas ocorre em um momento de forte movimentação estratégica. A Novo Nordisk, que recentemente passou por uma reestruturação em seu conselho administrativo, busca acelerar sua atuação no mercado de obesidade. A iniciativa está alinhada à visão do novo CEO, Mike Doustdar, que prometeu fortalecer a linha de tratamentos de próxima geração, especialmente diante da iminente expiração da patente da semaglutida — princípio ativo de seus principais medicamentos.

A Pfizer, por sua vez, não poupou críticas à proposta da concorrente. Em comunicado oficial, classificou a oferta como “irresponsável” e alertou para riscos regulatórios e de execução, sugerindo que a aquisição poderia prejudicar a concorrência ao permitir que uma empresa dominante absorva uma emergente rival americana.

Analistas do setor acompanham de perto os desdobramentos. Markus Manns, gestor da Union Investment, acredita que o acordo pode fortalecer o posicionamento da Novo Nordisk, desde que os produtos da Metsera sejam bem-sucedidos. Já Evan Seigerman, do BMO, vê na disputa uma demonstração clara do interesse das grandes farmacêuticas em dominar o mercado da obesidade. David Risinger, da Leerink Partners, projeta um pico de vendas superior a US$ 5 bilhões para os medicamentos em desenvolvimento pela Metsera.

A Metsera declarou que a proposta da Novo Nordisk é “superior” e notificou a Pfizer, que agora tem quatro dias úteis para apresentar uma contraproposta. O mercado aguarda com expectativa os próximos movimentos, enquanto especialistas alertam para possíveis implicações legais e antitruste.

Com a previsão de que o mercado global de medicamentos para obesidade atinja US$ 150 bilhões até o início da década de 2030, a batalha entre Novo Nordisk e Pfizer representa muito mais do que uma simples aquisição — é uma disputa pelo futuro da saúde metabólica.

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