Folha de S.Paulo
Jornalista: Natália Cancian
21/01/20 - O Ministério da Saúde informou nesta segunda (20) o registro de um caso confirmado da doença febre hemorrágica brasileira, causada por um novo vírus. Havia mais de 20 anos que a doença não era registrada no país.
O caso foi notificado inicialmente pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que pediu apoio para investigação. Segundo a pasta, exames apontaram cerca de 90% de similaridade com o arenavírus, da espécie Sabiá.
A febre hemorrágica brasileira foi identificada pela primeira vez na década de 1990. Desde então, já ocorreram quatro casos em humanos, sendo três no estado de São Paulo, em área silvestre, e um no Pará.
O caso confirmado neste ano foi registrado em um paciente adulto, morador de Sorocaba, no interior de São Paulo, que morreu no dia 11.
Em nota, o ministério diz que o evento ocorreu de forma isolada. “Nesse momento, não há risco para trânsito de pessoas, bens ou mercadorias a nível nacional ou internacional”, informa.
A confirmação, porém, acendeu um alerta entre autoridades de saúde devido à gravidade da doença, considerada de alta letalidade. Também levou o ministério a notificar a OMS (Organização Mundial de Saúde).
O paciente que teve o caso confirmado teve os sintomas registrados no dia 31 de dezembro, passou por três hospitais e não tinha histórico de viagem internacional.
O que se sabe é que as pessoas contraem a doença possivelmente por meio da inalação de partículas formadas a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados Ministério da Saúde em nota
Inicialmente, o caso chegou a ser investigado como suspeito de febre amarela, mas exames descartaram a doença. O caso foi confirmado como febre hemorrágica brasileira após exames identificarem o arenavírus.
Os primeiros sintomas são febre, mal-estar, dores musculares, manchas vermelhas no corpo, dor de garganta, no estômago e atrás dos olhos, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e sangramento de mucosas, como boca e nariz. Com a evolução, podem ser registradas alterações neurológicas.
Ainda não foi confirmada a origem da contaminação. O ministério diz que funcionários dos hospitais por onde o paciente passou estão sendo monitorados, assim como os familiares da vítima.
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