Era uma das histórias mais inspiradoras do Vale do Silício. Dois anos após a morte de Steve Jobs, lá estava alguém criando uma empresa revolucionária, apresentando-se no mesmo estilo ascético – uma malha preta de algodão que ia até o pescoço, falando pausadamente em como ia transformar o mundo. E, desta vez, era uma mulher.
Melhor ainda: a empresa não iria produzir mais um aparelho para saciar nossa fome de consumo; ela iria transformar o mercado da saúde, com uma tecnologia capaz de realizar com apenas uma ou duas gotas de sangue (uma picadinha no dedo, não mais) os testes que os laboratórios fazem com várias ampolas (preenchidas com assustadoras agulhas que penetram a veia do paciente).
Há dois anos já se sabe que o conto da fada não era assim tão perfeito. E no último dia 14 a história finalmente se tornou, em vez de fonte de inspiração, uma lição de moral, repleta de ensinamentos sobre a cultura do empreendedorismo no Vale do Silício, o modelo de negócios incentivado pelos investidores, os problemas de governança corporativa em startups e as brechas nas diversas instâncias regulatórias dos Estados Unidos.
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A empresa em questão era a Theranos – uma palavra que misturava terapia e diagnóstico, em inglês. Sua fundadora, Elizabeth Holmes, CEO da companhia que criou em 2003, quando tinha apenas 19 anos, foi condenada pela SEC, a agência reguladora do mercado financeiro americano, a pagar uma multa de 500.000 dólares e devolver uma montanha de ações da companhia, além de ficar proibida de dirigir ou ser executiva de qualquer empresa pública pelos próximos 10 anos (ela ainda pode dirigir a Theranos, que é uma companhia privada, mas é pouco provável que a Theranos dure muito).
Segundo a SEC, Elizabeth e seu assessor direto, Sunny Balwani, então presidente da Theranos, cometeram uma fraude de mais de 700 milhões de dólares. A Theranos afirmou, em comunicado, que estava “contente por fechar esse assunto” e que agora “anseia por desenvolver sua tecnologia”.
Mas o assunto não está totalmente fechado. Ainda há uma investigação do Departamento de Justiça em andamento. Neste caso, Elizabeth corre o risco de ser presa (algo que está além dos poderes da SEC).
Não seria um final tão surpreendente. Afinal de contas, no recente caso de fraude em que o réu era Martin Shkreli, o dono de um laboratório farmacêutico que ficou famoso por elevar o preço de um remédio de 13,50 dólares para 750 dólares, a pena foi de sete anos de prisão. E olha que os investidores que ele fraudou acabaram ganhando dinheiro – Shkreli os pagou com os lucros de seu negócio seguinte, justamente o laboratório farmacêutico.
Mesmo a multa de Elizabeth pode ser considerada irrisória. Para uma fraude de 10,4 milhões de dólares, Shkreli foi condenado a pagar 7,4 milhões. Ela pagará meio milhão, para uma fraude de 700 milhões de dólares. Pelo menos por enquanto.
A diferença entre Elizabeth e Shkreli é que ela foi vítima (talvez a primeira) da própria fraude. Ao contrário de outros enganadores, ela nunca fez grandes retiradas da empresa. Seu salário era algo entre 200.000 e 390.000 dólares por ano entre 2013 e 2015, e ela jamais vendeu nenhuma de suas ações na Theranos.
A revista Forbes a destacou como a primeira mulher que se tornou bilionária por conta própria, com uma fortuna estimada em 4,5 bilhões de dólares. Mas essa fortuna vinha exclusivamente das ações da Theranos; em 2016, a Forbes estimou que seu capital havia despencado a zero.
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A menina exemplar
“Eu duvido muito que Elizabeth Holmes tenha planejado cometer uma fraude – assim como não acredito que o plano de negócios de Bernie Madoff desde o início fosse criar uma pirâmide”, disse um investidor de tecnologia à jornalista Maya Kosoff, da Vanity Fair. “Mas isso importa? Todos os fundadores são confrontados com escolhas difíceis, e a vasta maioria deles toma o caminho certo, inclinando-se para o lado da transparência e da honestidade.”
A Theranos inclinou-se para o lado da enganação. Mas sua história leva a crer que Elizabeth era de fato uma idealista, quando começou sua empresa.
Elizabeth sempre teve grandes ambições. Aos sete anos, ela fez um projeto completo de uma máquina do tempo, conforme contou ao jornalista Ken Auletta, da New Yorker. Naquela época, não lhe ocorreu fazer uma rodada de investimentos.
No ensino médio, já tendo alguma base em mandarim porque a família passara um tempo na China, por conta do trabalho do pai, ela se inscreveu para um curso da língua na Universidade Stanford. Não poderia fazê-lo, mas insistiu tanto que uma vez o responsável pelas inscrições pegou o telefone e disse que faria um teste com ela naquele momento. Ela passou, e fez o curso de três anos.
Mais tarde, ela foi aceita para a universidade, onde começou a estudar em 2003. Logo passou a explorar a tecnologia de “laboratório num chip”, um conjunto de técnicas que permite extrair múltiplos resultados de pequenas amostras de líquido colocado em um microchip.
Para Elizabeth, que dizia ter pavor de agulhas (algo hereditário, segundo contava em palestras: sua mãe e sua avó desmaiavam ao ver sangue), aquilo foi o lampejo para desenvolver um método de realizar vários testes com apenas uma gota de sangue. Ainda na faculdade, ela entrou com pedido de patente para a ideia (e viria a ganhar, anos depois, em 2007). Ficou tão entusiasmada com essa possibilidade que aos 19 anos resolveu largar Stanford e fundar sua empresa. Em 2004, nascia a Theranos.
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Como já estava se tornando comum entre jovens do Vale do Silício naquele início de milênio, Elizabeth queria provocar uma “disrupção” em uma indústria estabelecida.
O negócio da análise laboratorial de sangue, nos Estados Unidos, gera uma receita anual de 75 bilhões de dólares. Ela queria entregar os mesmos resultados – exames de colesterol, câncer, infecções, até gravidez – muito mais rapidamente do que os laboratórios tradicionais, e sem precisar coletar diversas ampolas de sangue através de picadas às vezes dolorosas que vão até a veia. Além disso, por uma fração do preço. Em vez de 50 dólares, o preço médio de um exame, 2,99 dólares.
Não só ela planejava roubar o mercado das duas principais empresas do setor (Quest e Laboratory Corporation of America), Elizabeth achava que o mercado como um todo podia dobrar, porque, sem precisar enfrentar as agulhas e por um preço irrisório, as pessoas iriam fazer muito mais exames de sangue. A missão da Theranos era extrair sangue sem agulhas, realizar diagnósticos completos com apenas algumas gotas de sangue, automatizar os testes, entregar os resultados mais rapidamente e baixar os preços dos exames.
Até aí, Elizabeth era apenas uma entre tantos jovens com um sonho de criar algo grande. Mas ela tinha amigos poderosos. Especialmente um. o nonagenário George Shultz, quatro vezes ministro dos Estados Unidos (inclusive secretário de Estado e secretário do Tesouro), morador de Palo Alto, encontrou-a em 2011, encantou-se com ela e, posteriormente, com seus planos.
Por meio dele, a Theranos conseguiu formar um conselho de administração para lá de estrelado: Henry Kissinger, outro ex-secretário de Estado; William Perry, ex-secretário da Defesa; Richard Kovacevich, ex-CEO da Wells Fargo; Bill Frist, ex-líder dos republicanos no Senado; Sam Nunn, ex-senador democrata. Em dezembro de 2004, a Theranos já havia arrecadado 6 milhões de dólares em investimentos. Os primeiros a apostar na empresa foram os pais de Elizabeth, que concordaram em lhe dar o dinheiro que já tinham separado para pagar a universidade.
É difícil não acreditar no idealismo de Elizabeth. Ela morava num apartamento de dois quartos em Palo Alto, não lia mais livros, não namorava, sequer tinha uma televisão e não tirava férias havia dez anos, segundo reportagem da New Yorker, em 2015. Ela era vegana, e fazia a maior parte das suas refeições no escritório.
Com esse perfil, um sonho que parecia factível e um punhado de gente poderosa a apoiá-la, Elizabeth logo conseguiu promover um crescimento exuberante para a sua Theranos. Em seu auge, a empresa tinha 700 empregados e um laboratório de 25.000 metros quadrados em Newark, na Califórnia.
Nessa época, havia quem dissesse que a comparação com Steve Jobs era injusta… com ela. Jobs era um gênio, eles concediam. Mas ela era um gênio com um grande coração. Mas em algum ponto esse grande coração deixou de bater no ritmo certo.
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A construção da fraude
Talvez Elizabeth Holmes tenha acreditado demais em si mesma. Em 2009, seus esforços de desenvolver a tecnologia revolucionária estavam sendo sufocados pela falta de dinheiro. Então o engenheiro de software Sunny Balwani lhe garantiu uma linha de crédito que tirou a Theranos do risco de fenecer, e se tornou presidente da companhia, de acordo com a sentença da SEC.
E aí tudo se acelerou. As palestras de Elizabeth, suas aparições na plataforma de discursos TED, as reportagens na imprensa. Não é que ela tenha mentido diretamente aos investidores. Elizabeth mentiu para os jornalistas, e depois mostrou aos investidores as glamourosas reportagens que os jornalistas escreveram – em publicações de prestígio como a Wired, a Fortune, o Wall Street Journal.
Ela mentiu sobre quantos testes as suas máquinas eram capazes de realizar, mentiu sobre o estágio de desenvolvimento da tecnologia, mentiu sobre a receita.
A Theranos pegava as reportagens elogiosas e as encadernava, nos relatórios de divulgação para investidores. Seus empregados escreviam informes grandiosos e colocavam os logos de grandes companhias farmacêuticas, dando a impressão de que elas endossavam seus produtos.
E depois passou a mentir diretamente aos investidores. A companhia exagerou sua receita de 2014 quase mil vezes: disse que faturara 108 milhões de dólares; o número verdadeiro era 100 mil dólares.
Para 2015, a Theranos estimava uma receita de 1 bilhão de dólares. Dizia, segundo a SEC, que sua tecnologia havia sido usada pelos militares nos campos de guerra no Afeganistão, fazendo crer que um contrato com o governo estava próximo.
Não é à toa que a Theranos foi considerada um dos mais promissores unicórnios – startups com valor acima de 1 bilhão de dólares – dos Estados Unidos. Sua cotação, calculada pelo tanto de dinheiro obtido em relação ao quanto de participação na empresa cedido, estava ali pelos 9 bilhões de dólares.
Por incrível que pareça, esse tipo de situação não é incomum no Vale do Silício. Produtos, especialmente os mais complexos, costumam sofrer atrasos, e os departamentos de marketing são conhecidos por apresentar como pronto o que é ainda projeto. Basta ver a Tesla, a incensada fabricante de carros elétricos, que tem uma tradição de nunca cumprir os cronogramas de seus lançamentos (e anda com dificuldades, porque seu sucesso depende de conquistar um mercado de classe média para o qual não consegue produzir carros em quantidade suficiente).
Quase qualquer companhia de aparelhos tecnológicos já mostrou em exposições produtos que não estavam prontos de verdade. Mas a Theranos superou todas essas companhias. É possível que tenha sido excesso de confiança.
Elizabeth garantia que as máquinas criadas pela Theranos podiam realizar 90% dos testes feitos com equipamentos convencionais. Isso levou a Theranos a um acordo com a rede de farmácias Walgreens para implantar esses testes para o público. Porém, em 2013, quando chegava a hora de fazer valer o acordo, a Theranos não estava à altura de suas promessas. Em vez de admitir o fracasso, ou pelo menos pedir mais tempo, Elizabeth optou por mentir.
A Theranos montou a operação nas farmácias, mas usava seus equipamentos para fazer apenas uma dúzia de exames (os equipamentos de segunda geração, que seriam capazes de fazer centenas de exames, jamais chegaram a funcionar). Ela realizava outros 50 ou 60 exames em equipamentos comprados de outras empresas e modificados para colher amostras de sangue com uma leve picada no dedo. E os outros exames, mais de 100 deles, eram feitos com o uso de aparelhos não modificados de outras companhias, enviados para laboratórios terceirizados.
Convenhamos: é difícil promover a tão cobiçada disrupção de uma indústria usando os produtos dessa própria indústria. Seria como se as máquinas de fotografia digitais usassem filmes, revelassem as cópias em laboratórios escondidos em porões, e depois enviassem as fotos para os clientes dizendo que eram resultado de um inovador processo digital.
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O ambiente propício
Se foram tão facilmente engrupidos para ajudar a Theranos a promover uma fraude, os jornalistas acabaram ao final redimidos. Em 2015, John Carreyrou, do Wall Street Journal, reportou que os miniLabs da Theranos não funcionavam e que a empresa estava mentindo sobre seu uso.
A partir daí, começou o colapso da empresa. A Walgreens a processou (e entrou em acordo judicial). Reguladores dos serviços de medicina do país (Medicare e Medicaid) emitiram sanções à empresa e baniram Elizabeth de liderar um laboratório por dois anos. A Theranos demitiu vários funcionários e fechou suas operações de exames para consumidores.
Não é que ninguém nunca tivesse desconfiado da Theranos. Um dos motivos pelos quais é necessário retirar tanto sangue das pessoas para exames é que o sangue perto da pele é suscetível a contaminações diversas. E pequenas amostras podem ter grandes variações nos resultados.
Elizabeth dizia ter encontrado formas de driblar essas dificuldades, e que não podia revelá-las para não alimentar os concorrentes. Mas pesquisadores costumavam apontar que o setor médico é diferente do setor de gadgets, e que a necessidade de se proteger de concorrentes potenciais não eximia a empresa de apresentar sua tecnologia para ser revista pelos pares.
É assim que a ciência caminha, aliás. Através da revisão dos pares – que apontam erros, fazem novos testes, questionam, contribuem. A essas críticas, Elizabeth sempre respondia com alguns artigos em revistas especializadas – que haviam sido escritos com a sua colaboração. Tentava emplacar uma espécie de revisão dos ímpares.
Depois do artigo do WSJ, porém, e dos outros que se seguiram, a Theranos tratou de montar um conselho científico, para contrabalançar o conselho de administração que brilhava pela ausência de especialistas. Afirmou que se concentraria apenas em desenvolver sua tecnologia.
Não deu muito certo. Nos últimos meses, houve notícia de que esse conselho mal se reunia, e vários figurões se demitiram. No ano passado, voltaram a circular informações de que a empresa estava ficando sem dinheiro. E agora veio a punição da SEC – que poupou a empresa, concentrando-se apenas em sua fundadora e em seu ex-presidente, Balwani. De acordo com Steven Peikin, um dos diretores da divisão de punições da SEC, uma multa aplicada à empresa iria apenas prejudicar mais os investidores que já sofreram com uma fraude.
Mas sofreram, em parte, porque o ambiente de negócios em seu estágio atual facilita (talvez até estimule) comportamentos de risco. E as aparas regulatórias têm algumas falhas importantes. Na sua incessante busca pelo próximo Google ou Facebook (empresas pequenas que se valorizaram estrondosamente em pouco tempo), o modelo de venture capital distribui dinheiro a companhias que não têm sequer um produto para mostrar. E depois elas conseguem ainda mais dinheiro quando “pivotam” – mudam de rumo porque as coisas não estavam dando muito certo. O que se dizia de Eike Batista, sobre construir uma fortuna com base em uma apresentação de Power Point, é um certo exagero, mas não é um caso isolado.
Aparentemente, esse mercado está repleto de investidores que não fazem seu dever de casa. Os mais cuidadosos resistiram a colocar dinheiro na Theranos. Bill Maris, fundador da Google Ventures, foi um deles. E sabe por que o Google Ventures não investiu? Antes de tirar o dinheiro da carteira, um de seus executivos foi até um dos centros de coleta de sangue da Theranos numa farmácia. Ali, ele sentou em uma cadeira, onde lhe coletaram várias ampolas de sangue do braço, do mesmo modo que num exame comum. Pareceu-lhe que a tecnologia da Theranos não estava cumprindo o prometido.
Um segundo problema do ambiente de negócios atual é que os fundadores de empresa – justamente pela ânsia dos investidores em colocar dinheiro em suas companhias – conseguem negociar acordos que os deixam como pequenos ditadores. A Theranos tinha um esquema de ações ordinárias e preferenciais, e as ações de Elizabeth valiam 100 vezes mais que as dos outros. Por isso a SEC ordenou que ela devolvesse 18,9 milhões de ações para a companhia.
Algo parecido tinha Travis Kalanick, no Uber. E é o que tem Mark Zuckerberg, no Facebook. Com um esquema assim, o dono faz o que quer, e frequentemente perde os limites. A Theranos também se beneficiou de brechas legais. A FDA, o órgão regulador da saúde nos EUA, costuma aprovar todos os equipamentos de laboratórios. Mas como a Theranos produzia seus próprios equipamentos, escapava dessa exigência. Da mesma forma, evitou a vigilância da SEC durante tanto tempo porque seus investidores eram gente rica – considerados investidores qualificados, por ter mais de 1 milhão de dólares.
Elizabeth Holmes também pode ter sido contaminada pela cultura de “mover-se rápido e quebrar coisas” ou “fingir até ser capaz de produzir”, dois ditados característicos da cultura empreendedora no Vale do Silício.
Para a Theranos, essas possibilidades estão muito limitadas agora. O mais provável é que a companhia acabe sendo comprada por alguma empresa que queira aproveitar o tanto de tecnologia que ali houver, ou feche as portas.
Isso não significa que o sonho de Elizabeth seja impossível. A Genalyte, uma outra startup, diz que já consegue realizar 16 exames diferentes com algumas gostas de sangue num chip. Não são as centenas que a Theranos fingia, mas já é um começo.
A Abbott, uma empresa do início do milênio, desenvolveu um aparelho que detecta níveis de uma proteína que permite estimar o risco de ataque cardíaco, com apenas um par de gotas de sangue. O aparelho está hoje em um terço dos hospitais americanos.
A Theranos não teve essa paciência. As maiores vítimas da fraude, de acordo com o Wall Street Journal, são uma “trilha de pacientes agoniados”, cujos exames de sangue perpetrados pela Theranos se revelaram errados.
Depois deles, vêm os investidores. E a própria Elizabeth, que se entregou com tanto afinco ao trabalho que acabou tomando atalhos imperdoáveis.
No perfil que escreveu sobre ela na New Yorker, Ken Auletta entrevistou sua mãe, que lhe disse: “Como mãe, eu espero que em algum momento ela finalmente tenha tempo para si mesma.”
Ao que tudo indica, agora vai ser obrigada a ter.
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