O impacto da maconha no mercado financeiro

pexels-photo-529750.jpeg?profile=RESIZE_710xCanadá liberou o uso da maconha para fins recreativos no ano passado (Foto: Pexels)

A legalização da maconha movimenta o mercado financeiro do Canadá e dos Estados Unidos

Opinião e notícia

Nelson Peltz, empresário e investidor, com uma grande participação acionária na Procter & Gamble e na General Electric, dois gigantes corporativos no mercado dos EUA, foi contratado como consultor estratégico pela Aurora, uma empresa produtora de maconha do Canadá. Após o anúncio da contratação de Peltz, as ações da Aurora listadas na Bolsa de Valores de Nova York subiram 14%, o que correspondeu a um ganho anual de mais de 80%.

A iniciativa da Aurora mostra o interesse dos fundos de hedge, fundos mútuos e de investidores individuais em empresas de produção e comercialização de maconha no Canadá, menos de um ano depois da legalização da cannabis para fins recreativos.

Anthony Scaramucci, que retornou à sua empresa de investimentos SkyBridge após um breve período como diretor de Comunicações da Casa Branca, pretende fazer palestras sobre a importância da maconha e de seus derivados para a economia, além de outros temas como inteligência artificial e tratamento com células-tronco, na conferência SALT em Las Vegas este ano.

“Segundo previsão de analistas, o mercado de produção e venda de maconha terá um crescimento expressivo e pode chegar a bilhões de dólares em volume de vendas nos próximos anos”, observou Scaramucci.

O crescimento do comércio legal da maconha dará origem a muitas start-ups, disse Bruce Linton, executivo-chefe da Canopy Growth, uma produtora canadense de maconha, com sede na pequena cidade de Smiths Falls, Ontário. A empresa tem um valor de mercado avaliado em US$ 15,7 bilhões, com vendas de US$ 147 milhões nos últimos nove meses de 2018.

Em 2018, algumas empresas canadenses produtoras de maconha listaram suas ações na Bolsa de Valores de Nova York e na Nasdaq.

As inúmeras aplicações da maconha e de seus derivados em diversos setores da economia, como na indústria farmacêutica, na produção de alimentos e bebidas, e de cosméticos, têm atraído o interesse dos investidores.

De acordo com a Curaleaf, uma das maiores empresas produtoras de maconha dos EUA, com lojas de distribuição de cannabis em 12 estados do país, muitos canabinoides, substâncias da maconha que ativam os receptores do cérebro, têm efeitos terapêuticos. O canabidiol (CBD) pode ser usado no tratamento de diversas doenças, como epilepsia e fibromialgia, além de ser um ótimo ansiolítico.

Alguns estados dos EUA já legalizaram a maconha para fins medicinais e recreativos. Em 2018, o Congresso aprovou a Farm Bill, que legalizou o cultivo e a comercialização do cânhamo, uma planta com baixa concentração de substâncias químicas psicoativas da maconha.

A Food and Drug Administration (FDA) ainda impõe restrições ao uso da maconha. Segundo as diretrizes da FDA, os produtos derivados da maconha usados com fins medicinais precisam de sua aprovação. A FDA também mantém a proibição do comércio interestadual de suplementos alimentares e dietéticos que contêm canabidiol.

Mas muitos apostam na legalização em breve da maconha para fins medicinais e recreativos em todo o país. Sean Stiefel, gestor do fundo de hedge Navy Capital, um dos primeiros a investir em empresas produtoras de maconha, disse que o mercado nos EUA oferece oportunidades de negócios muito mais interessantes do que o Canadá. “A pressão dos investidores é grande”, observou.

No plano político, analistas e investidores veem a legalização da maconha como uma questão-chave na eleição presidencial dos EUA em 2020, um dos poucos temas que conta com apoio bipartidário.

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