Por *Michel Batista | Imove Web
O tema saúde pública e privada é muito debatido em todas as esferas políticas e econômicas. Encontrar o equilíbrio entre eficácia, segurança, tolerabilidade sem aumento de custos é uma importante meta para o governo. Neste contexto, a ciência vem desenvolvendo cada vez mais fármacos biossimilares, que são medicamentos biológicos não idênticos de um medicamento de referência, porém desenvolvidos com a mesma complexidade e finalidade. Esse tipo de medicamento é uma alternativa econômica a produtos biológicos de referência, facilitando o acesso à população que necessita de um tratamento adequado com uma maior facilidade.
Para detalharmos um pouco mais sobre medicamentos biossimilares, é interessante saber que esse tipo de produto não é o famoso genérico, com fórmula idêntica ao medicamento original. No caso dos biossimilares, eles são produtos produzidos a partir de um organismo vivo, como células e bactérias. Além disso, trata-se de uma classe de medicamentos de alta tecnologia que possui algumas variáveis, criando diferenças inevitáveis até mesmo entre lotes subsequentes do mesmo produto. Neste contexto, a tecnologia utilizada é a mesma dos medicamentos referência, termo utilizado para o primeiro medicamento produzido de uma molécula específica, o que garante a eficácia do fármaco. Como utiliza-se uma molécula já desenvolvida, o custo do biossimilar é mais barato, trazendo aos pacientes uma acessibilidade maior ao tratamento, sem perda de eficácia.
Quando falamos economicamente dos medicamentos biossimilares, o investimento neste tipo de fármaco representa uma redução significativa de preço que pode chegar a mais de 40% no custo final, quando comparamos o preço de registro no Brasil dos nossos biossimilares e os medicamentos de referência. Isso mostra que as aquisições desses produtos possibilitam uma grande e efetiva economia de recursos. Entretanto, é preciso ressaltar que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, os produtos biossimilares representam apenas 2% do que é adquirido pelo Ministério da Saúde. Tal cenário vem mudando e devido ao preço mais baixo para aquisição, os governos municipais, estaduais e federais já ampliaram a busca pela compra dos biossimilares.
É preciso ressaltar que essa classe de medicamento torna o tratamento mais acessível, dando a possibilidade da manutenção mais apropriada do tratamento. No Brasil, já foram registrados mais de 30 medicamentos biossimilares, entre eles está o infliximabe da Celltrion, utilizado para doenças autoimunes como doença de Crohn, artrite reumatóide, entre outras. Quando utilizado, o biossimilar aponta para uma redução de aproximadamente 30% nos gastos com o produto. Já o rituximabe da Celltrion, quando utilizado para o tratamento de Linfoma não-Hodgkin, gera uma economia de mais de 60%. Esses são apenas dois exemplos, mas que somados ao macro, trazem um impacto extremamente positivo na economia, reduzindo uma pressão sobre os custos dos cuidados de saúde e liberando orçamento para outros gastos no setor.
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No mundo, a utilização dos medicamentos biossimilares vem ganhando bastante relevância. No ano passado, segundo um relatório da Markets and Markets, o mercado global dessa classe de fármacos teve um faturamento de mais de US$ 11 bilhões, e existe uma expectativa de que este número chegue a mais de US$ 37 bilhões em 2025. Esse crescimento está atrelado ao custo-benefício do medicamento. A União Europeia, por exemplo, já reconhece o potencial benefício financeiro dos biossimilares e já está impulsionando a sua utilização.
Entretanto, é preciso dizer que a utilização de medicamentos biossimilares não está atrelada apenas ao seu baixo custo. Esse fármaco traz resultados eficazes, com segurança compatível ao medicamento referência, abrindo a possibilidade para mais pessoas terem acesso a um tratamento adequado e com um custo acessível. Essa é a diretriz de quem fabrica biossimilares.
Nosso papel é trazer o máximo de estudos e informações para a classe médica e gestores de saúde sobre os medicamentos biossimilares. Acreditamos que dessa forma, contribuiremos de forma significativa no equilíbrio financeiro tanto das instituições públicas quanto privadas e com isso mais pessoas terão acesso a terapias de ponta para tratamento de doenças complexas.
*Michel Batista é Gerente Sênior de Negócios da Celltrion Healthcare no Brasil
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