O que fazer com os remédios vencidos?
Foto: Lula Helfer
Por: NATANY BORGES
Remédio para dor de cabeça, enjoo, gripe e mal-estar. Todo mundo tem aquela “farmacinha” em casa, que aumenta de volume com o passar dos anos. Mas o que fazer quando esses medicamentos vencem e não podem mais ser consumidos?
Conforme a farmacêutica Mênia Brandenburg Back, todas as farmácias são obrigadas a aceitar a medicação vencida e dar a destinação correta para o produto. “Não se pode simplesmente descartá-los no lixo convencional, na pia do banheiro ou no vaso sanitário. As substâncias contidas na medicação podem contaminar o solo e a água, prejudicar a saúde pública e ainda atrapalhar o trabalho dos catadores”, explica. É por isso que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece como obrigatoriedade o descarte correto. A chamada logística reversa funciona com as farmácias e drogarias, que devem aceitar remédios para encaminhá-los ao seu destino final: a incineração.
Outra questão ressaltada pela profissional é a importância de os pacientes não consumirem fármacos fora do prazo de validade. “A indústria farmacêutica realiza inúmeros testes para verificar a estabilidade de cada composição. Ou seja: até aquela data estipulada, ele é seguro. Fora dela, pode perder o efeito, causar alergias ou mesmo problemas no organismo, já que a segurança não é mais estável.”
Em Santa Cruz do Sul, segundo o secretário de Saúde, Régis de Oliveira Júnior, os remédios e as cápsulas também podem ser entregues em qualquer unidade básica de saúde. Posteriormente, uma empresa contratada pela Prefeitura para recolher lixo hospitalar fica responsável por fazer o descarte correto. O Centro de Convivência da Unisc também aceita medicamentos, óleo de cozinha e até eletrônicos. A Área Ambiental da instituição fica responsável pela destinação dos materiais.
Onde descartar
Qualquer unidade de saúde
Qualquer farmácia ou drogaria
Centro de Convivência da Unisc
Mênia: descarte incorreto prejudica o solo e a água - Foto: Lula Helfer
Fármacos não devem ser doados
A farmacêutica Mênia Brandenburg Back afirma que nenhum tipo de remédio deve ser doado, mesmo os que estiverem com a data de validade dentro do prazo. “Não aconselhamos essa prática. A pessoa que vai receber esse remédio fará uma automedicação, condição que os profissionais da saúde não orientam.”
Ainda que não exista legislação nacional que paute essa prática, o secretário da Saúde, Régis de Oliveira Júnior, concorda e afirma que, em Santa Cruz do Sul, não existem pontos de coleta de medicamentos para doação. “Se o paciente encerrar o tratamento e mesmo assim sobrar remédio, ele deve descartar e não repassar a medicação para outra pessoa ou instituições. Cada organismo funciona de uma maneira, e tomar remédios sem prescrição pode ser extremamente prejudicial”, ressalta.
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