O que levar em conta antes de apostar em um período sabático
Confira os sinais de que é hora de romper com a rotina profissional e o que você deve considerar antes de tomar esta decisão
São Paulo – Romper com a rotina profissional estressante e partir em busca do autoconhecimento. Quem nunca teve vontade de apostar em um período sabático?
Mas engana-se quem associa este tempo à possibilidade de tirar férias prolongadas do emprego. “Tirar um período sabático não é tirar férias mais longas nem ficar desempregado”, alerta Adriana Prates, presidente da Dasein Executive Search.
Ela explica que o sabático em geral varia de 3 meses a 2 anos e está ancorado no compromisso com interesses pessoais. “A média é de um período 6 meses e nele a pessoa vai refletir sobre sua forma de estar no mundo, sua carreira, sua vida pessoal, indo em busca do que gosta, dos seus reais interesses ”, diz.
Mas quais os sinais de que é hora de romper com a rotina? E o que levar em conta antes de anunciar a sua decisão? Confira:
Sinais de que um sabático cairia bem:
1 Produtividade anda em baixa
“A palavra sabático é de origem hebraica está relacionada ao descanso de um anos da terra após 6 anos de produção”, diz Adriana. A ideia, explica, é que após o período de repouso a terra cansada volte a ser fértil e produza mais.
O mesmo vale para as pessoas. Produtividade intensa durante longos períodos pode resultar em esgotamento profissional. E 20 ou 30 dias de repouso podem não resolver. “É se dar um descanso da atual rotina de trabalho para voltar produzindo mais”, diz Adriana.
2 Estresse em alta
Competividade em alta, expedientes que avançam a madrugada. Para muitos profissionais o estresse já é parte do job description e se transforma em estado natural. Um período sabático pode ser interessante para revelar que outras maneiras de levar a vida podem trazer mais felicidade e satisfação. “Ou até para provar que a pessoa está no caminho certo mesmo e fortalecer as suas convicções”, diz Adriana.
3 Criatividade nula
Criatividade tem sido palavra de ordem para quem quer atingir o sucesso. Mas uma das atitudes que aniquilam o potencial criativo é manter-se preso à rotina, sem buscar novas referências. Conhecer pessoas novas, visitar lugares inusitados, estudar novos assuntos podem arejar a mente e “acordar” o seu lado criativo.
4 Motivação zero
Se for apenas o seu salário que o faz levantar da cama todos os dias para ir trabalhar, é hora de refletir sobre a sua trajetória profissional. “Tem executivo que está tão frustrado com a carreira que sai para o período sabático sendo diretor financeiro e volta chef de cozinha”, diz Adriana. O período fora da rotina pode ser importante no que diz respeito à descoberta de fontes de motivação.
5 Necessidade de estudar outros assuntos, conhecer outras culturas
O período sabático é ideal para estudar aqueles assuntos que você sempre quis mas nunca teve tempo ou conhecer culturas que sempre o fascinaram.
“É um tempo em que a pessoa pode fazer um curso que seja importante para ela, não necessariamente relacionado a sua área de trabalho, não é fazer um MBA no exterior bancado pela empresa”, diz Adriana, lembrando que muitos executivos apostam também em peregrinações, como o Caminho de São Tiago de Compostela, entre outros.
1 Planejamento
O período pode ser ótimo se feito com planejamento. Não se pode confundir sabático, que é fruto de uma atitude consciente, com férias”, diz Adriana. Como ela explica, este é um momento para o autoconhecimento florescer dando recursos para a tomada de decisões importantes na vida. Portanto, o primeiro passo é definir os objetivos, os destinos e o tempo destinado ao seu período sabático.
2 “Fôlego” Financeiro
Como você vai se manter durante o período sabático? Terá ajuda de alguém ou vai contar apenas com os próprios recursos financeiros? O segundo passo é fazer as contas de quanto dinheiro você vai precisar para tirar o seu período sabático do papel.
3 Negociação na empresa
Você, a princípio, está interessado em voltar para o mesmo emprego ao fim do período sabático? A boa notícia é que há empresas que abrem espaço para isso.
“O profissional deve conversar com seu chefe e tentar mostrar para a empresa que ela também vai se beneficiar porque ele vai voltar mais produtivo, com novas ideias”, diz Adriana.
A especialista ressalta que a empresa não banca o período, mas é possível fazer um acordo e garantir uma licença ou mesmo o cargo de volta após pedir demissão. “É preciso definir as regras, alinhar as responsabilidades e preparar alguém para a sucessão”, diz Adriana.
4 Os ganhos pretendidos
Que tipo de novos conhecimentos você pretende trazer para a sua rotina após o período sabático? Vai aprender uma nova língua, fazer um curso em uma área de interesse?
É claro que na bagagem você vai acabar incluindo muitas novidades e transformações. “O sabático deve ser feito de uma forma que traga prazer e experiências enriquecedoras para a pessoa, que poderão ser aplicadas em outras situações da vida”, diz Adriana.
De acordo com ela, a diferença entre um período sabático bem planejado e um fuga de responsabilidades fica bem clara a partir do próprio discurso do profissional durante a entrevista de emprego. “A gente percebe quando teve propósito e quando foi apenas algo impulsivo”, diz.
5 Riscos
“Há riscos para a carreira”, lembra Adriana. Você pode voltar e descobrir que não terá seu cargo de volta, por exemplo. A recolocação no mercado profissional também pode demorar mais do que o previsto, principalmente se você voltar querendo desbravar novas áreas e empreender uma mudança radical de carreira. Ou seja, o ideal é prepara-se também para enfrentar os obstáculos que você pode vir a encontrar ao voltar um período sabático.
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