O VALOR DA DIVERSIDADE

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Por Heloísa Simão

Publicado em 10/06/2011

As mulheres ainda são a minoria dentro das organizações e, por mais difícil que ainda seja imaginar, o desenvolvimento profissional feminino nos dias de hoje representa um grande desafio para as empresas.

O estudo realizado pelo Instituto Ethos sobre o “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil” ilustra bem esta situação ao apontar que, quanto mais elevado o nível hierárquico, menor é a participação da mulher. Na média, a presença feminina é de 35% no quadro funcional, de 28% nos cargos de supervisão, chefia e coordenação e de 18% no caso de gerências. No nível executivo, o índice chega a apenas 9%.

É esse o paradoxo que encontramos quando analisamos o mercado de trabalho em uma sociedade que preza pelo avanço tecnológico e por importantes conquistas nos campos do comportamento e da cultura. Infelizmente, esses números também vão contra a porcentagem de mulheres na sociedade brasileira, que é de aproximadamente 50%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad 2001), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quem sofre com isso são as próprias empresas, que ainda não acordaram para a realidade de que grupos mistos são melhores para resolver problemas do que aqueles que possuem uma forma de pensar única. Isso acontece porque quanto mais as empresas conseguirem reproduzir dentro de sua estrutura a constituição da sociedade na qual estão inseridas, mais próximas estarão de entender quais são as necessidades de seus consumidores e para onde devem caminhar frente às mais diferentes questões.

O reflexo dessa afirmação nos negócios fica fácil de ser comprovado ao considerarmos o levantamento realizado pela organização Catalyst, nos Estados Unidos. O estudo constatou que existe uma forte correlação entre o número de mulheres nas principais posições executivas e o desempenho financeiro das empresas do ranking “Fortune 500”, entre 1996 e 2000.

Tratar a mulher como minoria nas empresas representa um grande equívoco. As poucas companhias que apostaram na diversidade já perceberam o valor que a mulher pode agregar aos seus negócios. Não se trata de dar privilégios às executivas, mas de oferecer a elas as mesmas condições para que possam se desenvolver profissionalmente, em um processo que tem início no momento da seleção dos candidatos e continua durante toda a trajetória dentro de uma companhia. O foco nunca pode se desviar da competitividade.

Para tanto, é necessária a adoção de ferramentas que vão desde a criação de oportunidades para a liderança feminina e o aperfeiçoamento de processos para a identificação e recrutamento de talentos femininos internos até o estímulo à maior visibilidade de profissionais de destaque em níveis hierárquicos mais baixos.

Conseguimos perceber que as mulheres saem-se melhor em assuntos ligados a relacionamentos no ambiente de trabalho, pois valorizam muito as relações com seus subordinados, pares ou chefes. Por esta razão, apresentam uma disposição muito maior para a contribuição e o desenvolvimento de suas equipes.

O planejamento das atividades é outro ponto forte de nossas mulheres, porque elas são especialistas em cumprir seus objetivos profissionais sem abrir mão da convivência com a família. No trabalho em equipe, as mulheres dividem mais as informações e os casos de sucesso, além de contarem com a indiscutível intuição, que tem um valor fundamental no momento de tomar decisões.

Características e qualidades à parte, o importante é saber lidar com as diferenças entre homens e mulheres. Na Bristol-Myers Squibb, a promoção da diversidade tem sido decisiva para os resultados da companhia no Brasil. Temos obtido um grande sucesso nos últimos anos e passamos por um momento importante em nossas operações, com o lançamento de novos produtos e o melhor pipeline da indústria farmacêutica. Sem dúvida alguma, as mulheres de nossa equipe têm uma grande participação em tudo isso.

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Joni Mengaldo

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