A Organização Mundial da Saúde lançou uma iniciativa global de prevenção e combate aos erros de medicação, uma verdadeira pandemia global que gera perdas humanas e prejuízos bilionários aos sistemas de saúde em todo o mundo. A entidade pretende reduzir pela metade os danos graves e evitáveis associados ao uso equivocado dos remédios ministrados. Para isso, serão criadas estatísticas confiáveis e elaboradas listas de procedimentos sobre a melhor forma de prescrição, distribuição e consumo de medicamentos.
Um estudo realizado em clínicas nos Estados Unidos no final dos anos 90 mostrou que para cada US$ 1 gasto com medicamentos no país, eram dispendidos outros US$ 1,33 para tratar os problemas provocados por eles. Pesquisas mais recentes calcularam em pelo menos uma morte diária nos EUA devido aos erros de medicação.
Segundo a OMS, embora se acredite que países de renda média ou baixa como o Brasil tenham taxas semelhantes, é provável que o impacto seja dobrado em termos do número de anos de vida saudável perdidos. Uma pesquisa feita em 2009 em hospitais públicos chegou a uma taxa de 56% de erros de prescrição com remédios potencialmente perigosos.
A organização lista como fatores que elevam os riscos de erros a fadiga do trabalhador de saúde, a superlotação, a falta de pessoal, a má formação e a informação errada fornecida aos pacientes, praticamente uma lista de problemas comuns na saúde pública brasileira. Qualquer uma dessas causas ou uma combinação delas pode afetar a prescrição, dispensação, consumo e o monitoramento.
A OMS entende que o erro é inerente a qualquer atividade humana, mas considera que a adoção de práticas organizacionais pré-estabelecidas e constantemente revisadas e fiscalizadas serão de mais utilidade do que o atual caráter apenas punitivo das regras. Isso vai da boa redação da prescrição pelo médico, passando pelo maior preparo do farmacêutico, até a adoção de embalagens diferenciadas para algumas drogas.
Fonte: Jornal DCI - SP
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