Chengdu, na China, é uma das cidades que ganhará status de megalópole até 2030 (Foto: Getty Images)

Empresários compartilham aprendizados após expedição ao gigante oriental


De olho nos indícios que mostram uma mudança no eixo da inovação, com cada vez mais relevância da China, o Grupo GS&MD Gouvêa de Souza realiza o evento China 360º nesta quarta-feira (03/07). A ideia é mostrar o que há de mais importante acontecendo no país -- executivos costumam viajar para o Vale do Silício em busca do que há de mais importante em inovação, mas a China ainda recebe menos atenção.

O evento recebeu empresários que acabaram de retornar de uma expedição à China, que compartilhou alguns dos principais aprendizados da viagem. “Até pouco tempo atrás, nossa principal missão era ficar de olho nos Estados Unidos. Agora, sem dúvidas, é a China”, diz Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral do Grupo GS&MD.

“É uma economia que tem dia e hora para se tornar a maior do mundo. Seu poder de influência transcenderá muito mais do que os brasileiros podem imaginar”, afirma o executivo. Eduardo Yamashita, COO do Grupo GS&MD, em palestra sobre “Ecossistemas de negócios e a transformação do varejo chinês”, alerta: olhar para a China é olhar para o futuro. “É uma amostra que o resto do mundo só deve alcançar em 20 anos”, diz.

Durante a apresentação, Yamashita listou uma série de fatores para justificar o crescimento chinês. In Hsieh, brasileiro filho de chineses e especialista no mercado chinês, também participou da conversa. Veja abaixo alguns dos principais elementos que fizeram do ecossistema do celeiro de unicórnios que se tornou a China.

Urbanização
De 2003 a 2013, 300 milhões de pessoas se mudaram do campo para as cidades, saltando da pobreza extrema para uma classe com maior poder de consumo.

Escala global e competitividade interna
Há no país uma cultura de competitividade extrema, promovendo a concorrência interna desde o início de um negócio. “Há uma obsessão em crescer e derrotar os rivais do seu setor como nunca antes visto”, diz Yamashita. In Hsieh conta que chegou a pensar em abrir um negócio na terra de seus pais. Mas sua mãe falou: “não faça isso, porque você será engolido”.

Capital
O mercado de venture capital do país cresceu muito nos últimos anos -- liderado por fundos norte-americanos, é verdade. Hoje, o país já alcançou os EUA nesse quesito. São US$ 70 bilhões em venture capital. “Até o governo chinês atua como fundo de venture capital no país”, diz Yamashita.

Educação
“Com o objetivo de crescer rápido e globalmente, a China tem investido muito em educação”, diz Yamashita. Segundo o COO, cerca de 7,5 milhões de pessoas se formam por ano no país. A capacitação é chave para que haja mão de obra preparada para trabalhar em carreiras de desenvolvimento.

Internet
Na China, a revolução digital tomou conta da população. Lá, são 800 milhões de usuários ativos, principalmente no celular. “A população chinesa deu um salto em termos de acesso. Ela pulou o computador e foi direto para o celular”, diz In. Segundo o especialista, foi esse movimento que justificou o crescimento de empresas como a Tencent, portadora do superaplicativo WeChat.

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