Pacientes com esclerose múltipla reclamam da falta de medicamento em Garça — Foto: Reprodução/TV TEM
Pacientes de Garça (SP) diagnosticados com esclerose múltipla estão sofrendo com a falta do medicamento que controla os sintomas da doença. Com a interrupção do tratamento, essas pessoas correm o risco de ter graves complicações de saúde.
A aposentada Ruth Lázaro Amorim convive com a esclerose múltipla há oito anos. Os surtos da doença afetam principalmente a visão e para controlar os sintomas, ela precisa usar o medicamento Fingolimode para o resto da vida.
Mas na caixinha de amostra grátis que ela conseguiu, restam apenas seis comprimidos. Desde novembro, a aposentada tenta retirar o medicamento de graça na farmácia de alto custo do município, mas não consegue. “Meu marido foi no alto custo e a moça falou que não tem previsão de quando vai chegar”, conta.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="4150813131">Pacientes com esclerose múltipla sofrem com a falta de medicamento em Garça
A doença, que não tem cura, é controlada pelo remédio. Sem ele, os sintomas podem aparecer a qualquer momento. A interrupção do tratamento da esclerose múltipla tem graves consequências. Os sintomas podem voltar com maior intensidade, o que coloca a vida do paciente em risco.
“A esclerose é uma doença degenerativa, não tem cura, só o controle. Se você toma o remédio regularmente você tem o controle da doença, não tem o surto que seria a destruição dos neurônios. Se você para de tomar, você pode ter o surto a qualquer momento”, explica a neurologista Carla Cristina Barbosa Lopes.
Por ser um medicamento caro, os pacientes têm o direito de retirar nas farmácias de alto custo sem pagar nada. Uma caixa com 28 comprimidos custa cerca de R$ 7 mil. “Não tem como a gente comprar, tem que esperar ver se normaliza para gente pegar de novo. A gente se sente constrangido porque é um direito que a gente tem e não pode pegar a medicação”, reclama a técnica de enfermagem Ana Ramos.
A responsável pela farmácia de alto custo da cidade confirmou que o Fingolimode está em falta desde novembro. De acordo com o Ministério Público Federal, este é um problema do Ministério da Saúde que afeta cerca de 33 mil pessoas no estado de São Paulo.
Diante disso, o MPF quer que a Justiça aumente o valor da multa ao Ministério da Saúde, pelo descumprimento das liminares que estão sendo ajuizadas em nome dos pacientes.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que a compra e distribuição de medicamentos para tratamento de esclerose múltipla aos estados cabe ao Ministério da Saúde.
O Ministério informou que em janeiro de 2019, foi iniciada a entrega do medicamento Fingolimode. Foram enviadas 32.452 cápsulas do medicamento ao estado. Informaram também que foi feita uma compra emergencial para o atendimento da demanda e um novo pregão eletrônico está em andamento para uma compra maior.
Aposentada diz que só tem mais seis cápsulas do medicamento — Foto: Reprodução/TV TEM
Fonte: G1
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