Oito em cada dez usuários do medicamento recém-aprovado pela Anvisa apresentaram remissão completa da doença
JULIANA CONTAIFER
por Metropoles
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, 10,8 mil pessoas devem ser diagnosticadas com leucemia no Brasil em 2019 e 6,8 mil morrerão por complicações da doença. O medicamento ajuda a reduzir a quantidade de células defeituosas para a realização do transplante de medula óssea. De acordo com Marjori Dulcine, diretora médica da empresa, a combinação do remédio com o transplantes garante a sobrevivência de oito em cada dez pacientes.
Ao contrário da quimioterapia convencional, que mata todas as células, boas ou ruins, a terapia alvo atua apenas em receptores específicos e destrói só as células com tumor sendo, por isso, bem menos tóxica. O mecanismo de ação funcionaria como um cavalo de tróia, que entra no corpo e só libera os soldados quando chega ao lugar correto. “A primeira linha segue sendo quimioterapia, mas cerca de 44% dos casos adultos têm recidiva, e é aí que esse medicamento novo entra”, explica Vivian Blunk, líder médica de hematologia da Pfizer.
O chefe do departamento de hematologia do hospital Albert Einstein, em São Paulo, e professor da USP Nelson Hamershlak conta que grande parte dos pacientes acaba tendo que fazer o transplante em algum ponto do tratamento. “Quanto menor o nível da doença, maior a chance do transplante funcionar. Esta medicação é uma arma muito potente para conseguir realizar a remissão e a cirurgia nos pacientes. É uma opção diferente”, afirma.
Por enquanto, o uso é apenas para adultos, mas há estudos em andamento para aumentar a faixa etária e incluir as crianças com LLA. “É uma questão de tempo. Qualquer procedimento inovador, normalmente os órgãos de saúde aprovam primeiro para adultos e depois para crianças, a não ser quando são doenças específicas da infância”, completa o médico.
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