Pacientes tomam 4 milhões de pílulas para emagrecer

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A venda dos remédios para emagrecer, os chamados anorexígenos, ou moderadores de apetite, teve aumento registrado de 2015 a 2018 em todo o País. No Estado, foram cerca de 4,6 milhões de doses vendidas em um ano, de acordo com dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

De agosto de 2018 até o mesmo mês deste ano foram comercializados 232.874.018 comprimidos desses remédios no País.

O número de caixas chegou a 6.230.017 nos últimos 12 meses, segundo o levantamento feito a pedido de A Tribuna.

A endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado, Queulla Garret, explicou que o consumo dos medicamentos deve ser feito mediante orientação e prescrição médica, já que podem causar efeitos colaterais.

“Alguns medicamentos prescritos para a obesidade podem ser comprados sem receita, mas não é recomendado. O indicado é que o paciente vá ao endocrinologista e passe por uma consulta e avaliação, sendo acompanhado por um médico durante o tratamento”.

Cada paciente, em média, precisa realizar o tratamento por anos, segundo Queulla, o que contribui para o número de doses vendidas no Estado. “São várias doses por paciente, já que é um tratamento longo”.

Os especialistas destacaram que entre as medicações mais recomendadas para o tratamento de pessoas obesas estão os análogos de GLP-1.

“Esse remédio inibe a fome, aumenta a saciedade, melhora a resistência à insulina. A grande vantagem dele é que não tem perigo para quem problema de coração, ele reduz eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio”, destacou a endocrinologista da MedSênior Mariana Guzzo.

A médica afirmou que os medicamentos são recomendados sempre com dieta e exercícios físicos.

O nutrólogo Roger Bongestab salientou que a medicação sibutramina, muito usada para a perda de peso, reduz a fome, mas tem diversos efeitos colaterais. “Ela pode deixar o paciente mais agressivo, irritado e com picos hipertensivos”, avalia.

Foram 15 anos vivendo acima do peso. Dores no joelho, taxas altas e síndrome metabólica eram alguns dos problemas que a dona de casa Esnilda Macedo, de 59 anos, sofria por causa do excesso de peso.
Após consulta com o médico, Esnilda começou a tomar medicação e passou de 115 para 80 quilos.

Disposição para brincar com o netoForam 15 anos vivendo acima do peso. Dores no joelho, taxas altas e síndrome metabólica eram alguns dos problemas que a dona de casa Esnilda Macedo, de 59 anos, sofria por causa do excesso de peso.Após consulta com o médico, Esnilda começou a tomar medicação e passou de 115 para 80 quilos.

“Quase não tinha esperança para emagrecer, agora que tenho meu neto Henrique, hoje com 10 meses, quero poder brincar com ele, por isso tenho novos hábitos. Cuido da alimentação e faço exercícios”.

Mais de 50% acima do peso

Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, do Ministério da Saúde, mostrou que a obesidade afeta 18,8% dos brasileiros e que 55,7% têm excesso de peso.

No Estado, de acordo com levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) com base na Vigitel, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Sistema Único de Saúde (SUS), 92.877 pessoas têm índice de massa corporal (IMC) acima de 40 e, com isso, indicação para fazer a cirurgia bariátrica.

“São obesos graves, que têm a doença em nível elegível para a cirurgia. Pessoas que têm IMC acima de 40 ou entre 35 e 40 com problemas de saúde associado, hipertensão, apneia de sono ou diabetes”, explicou o presidente da SBCBM, Marcos Leão Vilas Bôas.

O cirurgião e gastroenterologista do São Bernardo Apart Hospital, Olívio Battisti, frisou que, antes da cirurgia, o paciente passa por avaliação da equipe multidisciplinar que é contida, no mínimo, por um endocrinologista, cirurgião, nutricionista e psicólogo, mais exames pré-operatórios e avaliação cardiológica.

Fonte: Tribuna Online

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