A Natulab foi incorporada ao Pátria Investimentos em 2012 e no ano passado decidiram dobrar as apostas na farmacêutica e desde meados do ano passado, os investidores injetaram mais de R$ 200 milhões no caixa da Natulab – a farmacêutica de medicamentos isentos de prescrição e fitoterápicos que a gestora comprou em 2012. Informou o portal Brazil Journal.
O aporte aconteceu após uma mudança na gestão: o fundo trocou toda a diretoria e começou a executar um mini turnaround com o objetivo de acelerar o crescimento e aumentar a rentabilidade da empresa.
Para isso, o Pátria trouxe Guilherme Maradei como CEO, um executivo com mais de 20 anos de experiência no Brasil e nos EUA em multinacionais como Pfizer, Merck e P&G.
De lá pra cá, a Natulab fez uma limpa no portfólio – cortando 25 dos 175 produtos que tinha – e aumentou sua capacidade produtiva em cerca de 10% para focar nos SKUs de maior crescimento e rentabilidade.
Essa lista de cerca de 20 best sellers inclui produtos como o calmante fitoterápico Seakalm; a Maxalgina, um analgésico concorrente da Novalgina; e o Viter C, uma vitamina C.
Fundada em 2000, a Natulab sempre cresceu com a proposta de vender medicamentos mais acessíveis às classes C e D, ganhando o consumidor pelo bolso. Guilherme diz que os medicamentos da empresa são, em média, 50% mais baratos que o medicamento de referência de cada categoria.
A Natulab é controlada pelo Pátria, que tem cerca de 80% do capital. O restante está nas mãos de um grupo de 16 famílias italianas.
Para aumentar as vendas, desde o ano passado a farmacêutica vem lançando novas formulações de seus produtos mais populares.
O Seakalm de 150 mg ganhou uma embalagem de 600 mg – que, num mundo de nervos à flor da pele, imediatamente se tornou o produto mais vendido do mercado na categoria calmantes.
A empresa também aumentou a dosagem da Maxalgina e do Viter C, com o lançamento do Viter C Tripla Ação – um combo vitamínico com Zinco e Vitamina D que ajuda na imunidade.
“Nossos produtos ficaram mais importantes para as pessoas nos últimos meses e elas passaram a procurar concentrações maiores,” disse o CEO.
O resultado: o faturamento da Natulab cresceu 27% no segundo semestre no ano passado, em comparação aos 12% do mercado; já o volume de vendas cresceu mais ainda – 40% frente a 5% do mercado – gerando um ganho de share para a empresa, segundo dados da IQVIA.
A Natulab fechou o ano passado com faturamento de R$ 408 milhões, 26% acima de 2020. Para este ano, a expectativa é faturar mais de R$ 500 milhões.
Esse crescimento veio acompanhado de um aumento expressivo na rentabilidade. Desde que a nova diretoria assumiu, em julho do ano passado, a margem de lucro da Natulab subiu 10 pontos percentuais, segundo Guilherme.
O plano daqui para frente é reforçar os lançamentos de novos medicamentos, sempre com foco nos isentos de prescrição, fitoterápicos e suplementos, e no desenvolvimento de medicamentos de moléculas já conhecidas, o que mitiga o risco.
Segundo o CEO, a Natulab quer lançar entre 5 e 10 novos medicamentos por ano ao longo dos próximos cinco anos.
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