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by Tribuna do Norte

 

Uma tese defendida no Programa de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) apresentou um novo produto cosmético que atua contra o envelhecimento precoce.


No dia 3 de março, o produto recebeu o patenteamento do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (Inpi).


De formato sólido e semelhante a um comprimido, o cosmético foi pensado para, quando misturado à água, formar um gel-creme que permite a aplicação direta na pele. O produto tem sensação hidratante e promove melhoria do aspecto da pele, prevenindo sinais do envelhecimento precoce. Por conta de sua composição, o produto pode ser utilizado na indústria cosmética e farmacêutica, em humanos e animais.


Para atingir a tecnologia, a fórmula do gel tem extrato da Algaroba, uma espécie utilizada na alimentação humana na obtenção de produtos como farinhas, xaropes e bebidas, a partir dos frutos, bem como fonte de madeira e alimentação animal.


“É importante pontuar a facilidade relativa ao uso do produto, pois sendo um núcleo sólido para uso imediato e dose única, ele apresenta maior estabilidade, facilidade de transporte, por exemplo, em viagens internacionais e maior comodidade de aplicação”, identifica Márcio Ferrari, orientador da tese do doutorado e um dos envolvidos nas etapas de desenvolvimento do produto, avaliação de segurança e eficácia.


O autor da tese é Gabriel Azevedo de Brito Damasceno, hoje professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ele acrescenta que a elaboração da tecnologia foi pensada, também, para minimizar a possibilidade de contaminação por microrganismos, reduzir o número de ingredientes na formulação, tendência global, e facilitar a diminuição dos custos de transporte, ao possibilitar o uso de embalagens do tipo blister ou outras semelhantes por ter menor peso e menor volume que os produtos cosméticos tradicionais.


Como funciona
“Em relação à composição química da planta, foram detectados e isolados, polissacarídeos, alcaloides, flavonoides e compostos fenólicos. Esses componentes possuem possibilidades de diferentes funções, como a de reagir com vários tipos de radicais livres, responsáveis por acelerar o envelhecimento precoce. Por causa desse combate, podem retardar o envelhecimento das células”, coloca o cientista. Ao lado dos dois, completa o grupo de inventores envolvidos na concessão a co-orientadora da pesquisa, Raquel Brandt Giorgani, e a pesquisadora Elissa Arantes Ostrosky.


Sobre o estágio de desenvolvimento da nova tecnologia, Márcio Ferrari relata que já foram realizados testes em todas as etapas da produção do novo produto cosmético. Segundo o professor do Departamento de Farmácia, além da caracterização química dos extratos da Algaroba e dos estudos de segurança, ocorreu o desenvolvimento do protótipo, que teve sua estabilidade avaliada. Ferrari é voz ativa no incentivo ao patenteamento de produtos com potencial para serem absorvidos pelo setor produtivo, a fim de uma melhor qualidade de vida às pessoas.


O trabalho acadêmico que resultou no gel-creme contra o envelhecimento precoce também ganhou reconhecimento nacional e internacional. Um deles foi como o melhor trabalho apresentado no 30º Congresso Brasileiro de Cosmetologia, Associação Brasileira de Cosmetologia, no ano de 2017. Posteriormente, no Prêmio Joaquin Pérez Vilalbal, terminou como o melhor trabalho desenvolvido com matéria-prima latino americana no Congresso Latino Americano e Ibérico de Químicos Cosméticos, no ano de 2019, premiação outorgada pela Federación Latinoamericana de Asociaciones de Ciencias Cosmeticas (FELASC).

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