Um estudo feito pela Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, em parceria com uma equipe internacional de cientistas, descobriu que as pessoas idosas com altos níveis de colesterol ruim (lipoproteína de baixa densidade ou LDL, na sigla em inglês), têm a mesma longevidade de quem apresenta índices positivos dessa gordura.
A pesquisa, publicada no dia 10 de setembro no periódico científico Expert Review of Clinical Pharmacology, analisou 68 mil voluntários com mais de 60 anos, para colocar em prática a chamada “hipótese do colesterol”, em que os altos níveis de LDL gerariam risco maior de morte, sendo necessário o uso do remédio estatina.
Isso foi feito por meio da revisão de um grande grupo de estudos anterioes. “Nós já sabíamos que o colesterol total elevado apresneta baixo risco para doenças cardiovasculares com o avanço da idade. Nesta análise, nós nos concentramos no chamado ‘colesterol ruim’, que tem sido acusado de contribuir para doenças cardíacas”, comenta o pesquisador David M Diamond, no artigo de divulgação do estudo.
Segundo os autores, não havia associação entre o LDL elevado e as mortes em decorrência de problemas cardiovasculares, muito menos a relação inversa. Posteriormente, a equipe pediu uma reavaliação da necessidade do uso de medicamentos, como as estatinas, que visam reduzir o colesterol ruim, como forma de prevenir doenças cardiovasculares. “Descobrimos que vários estudos relataram a falta de associação com o LDL baixo. Além disso, a maioria das pessoas nesses estudos exibiram uma relação inversa, o que significa que maior LDL entre os idosos é frequentemente associada a uma vida mais longa”, comenta Diamond.
O cientista também aponta acredita que a pesquisa sugere justamente que o colesterol elevado pode gerar um efeito protetor contra doenças que são comuns em idosos. Por exemplo, altos níveis de LDL estariam associados a uma menor taxa de distúrbios neurológicos, como Mal de Parkinson e de Alzheimer. Outros estudos sugeriram que o colesterol alto pode proteger contra algumas doenças frequentemente fatais, como câncer, e que ter LDL baixo pode aumentar a suscetibilidade a esses problemas.
“Nossas descobertas fornecem uma contradição à hipótese do colesterol, que prevê que a doença cardiovascular começa na meia-idade, como resultado de níveis elevados de colesterol LDL e que piora com o envelhecimento, e, eventualmente, leva à morte por doença cardiovascular. Nós não encontramos essa tendência”, diz David M Diamond.
Fonte: Revista Encontro
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