Fibrilação atrial é um dos principais fatores de risco para o acidente vascular cerebral, sendo responsável, todos os anos no Brasil, por 51 mil casos da doença
A pesquisa “A percepção do brasileiro sobre doenças cardiovasculares”, encomendada pela Boehringer Ingelheim (BI) em parceria com o IBOPE CONECTA, apontou alguns dados interessantes. Por exemplo, dentre os participantes que relataram ter fibrilação atrial (FA) e um acidente vascular cerebral (AVC), a maioria era de mulheres. Entre julho e agosto de 2017, o estudo ouviu, no total, 2.001 pessoas, com idades entre 18 e 65 anos, das classes A, B e C, residentes de todas as regiões do país, com o objetivo de mapear o conhecimento dos brasileiros a respeito das doenças cardiovasculares, explorando, em profundidade, a compreensão da população sobre a fibrilação atrial.
Na pesquisa, os entrevistados diagnosticados com FA ou que conhecem alguém que possui a doença foram questionados se sofreram com a ocorrência de um AVC nos seis meses anteriores ao estudo. 30% deles responderam afirmativamente3, o que vai ao encontro dos principais estudos científicos na área que apontam a relação do derrame, como a doença é popularmente conhecida - com essa arritmia, um dos seus principais fatores de risco. Nessa amostra, 34% dos casos de AVC aconteceram em mulheres, contra 24% em homens3.
Para evitar tal complicação, que figura como a principal causa de incapacidade física globalmente4, a fibrilação atrial deve ser diagnosticada precocemente e tratada. A doença, que leva o coração a bater em um ritmo descompassado, favorece a formação de coágulos no órgão que, ao se desprenderem, entram na circulação sanguínea e podem chegar a qualquer parte do corpo, como o cérebro, levando ao acidente vascular cerebral isquêmico5. Assim, parte do tratamento da FA consiste no uso de medicamentos anticoagulantes, que “afinam” o sangue e previnem a ocorrência do AVC.
style="display:block; text-align:center;"
data-ad-layout="in-article"
data-ad-format="fluid"
data-ad-client="ca-pub-6652631670584205"
data-ad-slot="1871484486">
Entretanto, a pesquisa também mostrou que 47% dos entrevistados com FA não fazem uso de medicação anticoagulante³, ficando mais expostos ao risco de AVC. De acordo com especialistas, essa porcentagem pode ser justificada graças à preocupação com sangramentos, um dos principais efeitos colaterais desse tipo de medicação. Mas, hoje, caso esses pacientes sofram acidentes, sangramentos incontroláveis ou tenham que ser submetidos a procedimentos emergenciais, já existe na medicina um agente reversor, específico para a dabigatrana, que age revertendo, imediata e momentaneamente, efeito anticoagulante.
Doença assintomática x AVC
Recentemente a Boehringer Ingelheim também anunciou novos resultados do GLORIA™-AF, um dos maiores programas de registro observacionais que coleta dados reais de segurança, eficácia e resultados em pacientes com FA que fazem uso controlado de anticoagulantes.
De acordo com essa subanálise dos dados do GLORIA™-AF, apresentada em uma sessão científica da Associação Europeia de Ritmo Cardíaco – European Heart Rhythm Association, pacientes com fibrilação arterial (FA) não valvar, com poucos ou sem sintomas da doença, são mais propensos a ter um AVC (Acidente Vascular Cerebral), antes mesmo do diagnóstico de FA, quando comparados aos pacientes com FA sintomática8. Provavelmente, a constatação é uma consequência da falta de conhecimento sobre a patologia, já que pacientes com FA assintomática levam mais tempo para receber o diagnóstico da doença.
Nesta subanálise do GLORIA™-AF, que comparou as características de 6.011 pacientes com FA no Leste Europeu, 69% (4.119 pessoas) apresentaram poucos ou nenhum sintoma da doença e 31% (1.892 pessoas) reportaram sintomas quando foram diagnosticados. Constatou-se, portanto, que pacientes com FA sem sintomas tiveram duas vezes mais chances de sofrer um AVC prévio (14,7% contra 6%)8.
Segundo o Dr. Steffen Christow, cardiologista e chefe do Laboratório de Eletrofisiologia do Hospital Ingolstadt GmbH, na Alemanha, sem o diagnóstico, os pacientes com FA continuam em risco de sofrer um AVC, que pode ser debilitante e provocar não só mudanças na vida dos pacientes, como pode ser uma condição fatal.
“O GLORIA™-AF enfatiza a necessidade de programas de saúde pública de triagem para identificar a FA na população de alto risco, para que as pessoas possam ser diagnosticadas precocemente e assim receber a terapêutica apropriada com o uso de anticoagulantes. Além disso, também é importante fazer o gerenciamento de todos os fatores de risco da doença, para reduzir assim os riscos de AVC e morte”, esclarece o Dr. Christow.
De acordo com o Professor Jörg Kreuzer, vice-presidente médico da Área de Terapêutica Cardiovascular da Boehringer Ingelheim, o GLORIA™-AF é uma iniciativa importante: “Estamos realmente satisfeitos por essas descobertas estarem na pauta da sessão científica da EHRA. Estamos aguardando mais resultados do GLORIA™-AF que irão dar suporte nas prescrições do médico para prevenção do AVC. Análises futuras do programa incluirão dados de cerca de 5.000 pacientes que usam a dabigatrana e a rotina clínica prática em todo o mundo, grupo acompanhado por dois anos”, comenta.
Fonte: SEGS
Comentários