Laser á capaz de diminuir as dores em 50% — Foto: ACidadeON/São Carlos
Pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) de São Carlos (SP) desenvolveram um equipamento que diminui em 50% as dores dos pacientes com fibromialgia. A previsão é que o aparelho chegue ao mercado até maio deste ano.
A fibromialgia é uma doença que aumenta a sensibilidade à dor através de nervos. O pesquisador da USP Antônio Eduardo de Aquino Junior explicou que o estudo reuniu duas inovações: o equipamento e o protocolo de tratamento.
"Ao fazer a emissão conjugada de ultrassom e laser conseguimos normalizar o limiar de dor do paciente. Já o tratamento na palma das mãos contrapõe o tipo de atendimento feito hoje, muito focado nos pontos de dor”, explicou.
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), cerca de 3% dos brasileiros sofrem de fibromialgia e, diferente da artrose ou artrite reumatoide que apresentam deformidade e inflamações, seu diagnóstico é mais difícil e não tem cura. De 10 diagnósticos, 9 são de mulheres.
Sofrimento
Apesar de atingir prioritariamente o público feminino - quase 90%, de acordo com a SBR - , o caso do vendedor Richard Carlos Rocha, de 43 anos, chamou a atenção da equipe, que aplica sessões gratuitas em pacientes inscritos no programa da Unidade de Terapia Foto Sônica, na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos.
O paciente, diagnosticado há quase uma década, sofre com a doença desde os 20 anos. Na época, Rocha disse que as dores eram mais leves, mas já incomodavam pela continuidade.
“As dores não são palpáveis no meu caso, mas são formigamentos no corpo inteiro. Desde a palma da mão até a planta do pé, 24 horas por dia. Tinha dia que eu acordava mais cansado do que tinha ido dormir, eu não conseguia fazer nada, parecia que eu tinha levado uma surra durante o sono. Isso quando eu conseguia dormir”, contou.
O quadro piorou há 5 anos, quando uma complicação da situação financeira desencadeou uma depressão e aumento do peso de Rocha. “Saía de casa para trabalhar forçado porque tenho duas filhas e tinha que colocar comida dentro de casa, mas era uma luta diária para sair da cama. Eu cheguei ao fundo do poço mesmo”.
Qualidade de vida
Rocha ficou sabendo do tratamento por uma postagem no Facebook. O estudo pedia por pacientes mulheres, já que é o público mais atingido pela doença, mas a equipe abriu uma exceção.
No total, foram 10 sessões, que eram aplicadas duas vezes por semana. A melhora do quadro chegou no último atendimento.
Bem Estar - Infográfico fala sobre fibromialgia — Foto: Arte/G1
Segundo a SBR, a fibromialgia é uma doença que acomete principalmente mulheres. Ela aumenta a sensação de dor através de nervos, que mandam informações mais intensas ao cérebro. Os pacientes com essa síndrome têm dores mais fortes do que outras pessoas.
Além da dor, a ansiedade, a fadiga, o sono não reparado e esquecimentos são alguns dos outros sintomas. A fibromialgia não tem cura. Atualmente, o tratamento é feito através de medicamentos e exercícios físicos.
Resultados
Pontos de dores causadas pela fibromialgia — Foto: IFSC/USP
Para testar a eficácia do tratamento, os pesquisadores atenderam 48 mulheres acima de 40 anos sem histórico de doenças reumáticas e dividida em dois tipos de aplicações.
Segundo o pesquisador, o produto deve chegar ao mercado entre abril e maio, mas as pesquisas sobre a doença crônica devem continuar.
"Atualmente, a fibromialgia é realizada descartando outras possíveis doenças, então nossos próximos passos são de tentar, nos próximos 2 anos, encontrar uma forma segura de confirmação do quadro", disse.
*Sob supervisão de Fabio Rodrigues, do G1 São Carlos e Araraquara.
Fonte: G1
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