Solução, que já está sendo testada, foi considerada uma das mais inovadoras para o tratamento de diabetes e outras doenças
por Isabella Carvalho
Startse
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e cientistas da empresa farmacêutica Novo Nordisk desenvolveram uma cápsula capaz de eliminar as injeções de insulina em pacientes com diabetes. Ao ser ingerida via oral, a solução injeta a substância ao chegar no estômago, substituindo a aplicação do medicamento na região do abdômen.
A criação já está sendo testada em alguns animais e tem gerado resultados positivos. "Estamos realmente esperançosos de que este novo tipo de cápsula possa algum dia ajudar pacientes diabéticos e talvez qualquer um que necessite de medicamentos que agora só podem ser administrados por injeção ou infusão", diz Robert Langer, membro do MIT e um dos autores do estudo.
Como ela é feita?
Dentro da cápsula, há uma pequena agulha feita de material biodegradável com insulina na ponta. Essa agulha é presa por uma mola comprimida protegida por um disco de açúcar. Quando a cápsula é ingerida e chega à parede do estômago, esse disco é dissolvido pela água e a mola é liberada, impulsionando a agulha para injetar o medicamento. Como o local não tem receptores de dor, o paciente não sente a injeção.
Para garantir que a cápsula esteja sempre em contato com a parede do estômago, os pesquisadores criaram uma modelagem em um computador com medidas específicas. O formato final foi inspirado nos cascos pontudos das tartarugas-leopardo. Assim, não importa a forma que a cápsula caia, ela sempre se moverá para a orientação certa.
Em testes recentes, os pesquisadores conseguiram distribuir na corrente sanguínea a quantidade de insulina necessária para pacientes com diabetes tipo 1. “Esta é de longe a mais inovadora e impactante tecnologia divulgada até agora para a entrega de peptídeos orais”, disse Maria José Alonso, professora de tecnologia farmacêutica da Universidade de Santiago de Compostela, em entrevista ao MIT News.
Próximos passos
Os pesquisadores da universidade e os cientistas da Novo Nordisk continuam testando a solução para desenvolver ainda mais a tecnologia e otimizar o processo de fabricação das cápsulas. Além disso, estudam formas de levar o recurso para o tratamento de outras doenças, como artrite reumatoide e doença inflamatória intestinal.
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