O estudo foi publicado no jornal britânico Ultrasound nesta semana
- O estudo demonstra que um feto de 16 semanas já é capaz de ouvir adequadamente e reagir à música, se a transmissão for feita através da vagina da mãe.
- O feto dificilmente pode ouvir sons de uma fonte externa e de sua mãe. Ele os percebe da uma forma muito baixa e distorcida.
- No caso da música transmitida através da vagina, 87% dos fetos movem suas bocas e línguas e quase metade deles retraem a língua tanto quanto podem. Realizam movimentos de vocalização, antes mesmo da aquisição de linguagem.
- O dispositivo desenvolvido para o estudo permite aos médicos excluir a surdez do feto. Ele também torna mais fácil fazer exames de ultrassonografia e reduz o estresse dos pais durante a gravidez.
Depois de apenas 16 semanas de existência, o feto ouve e reage à música, desde que ela seja transmitida através da vagina da mãe. O feto reage a esse estímulo abrindo sua boca e retraindo sua língua tanto quanto pode, fazendo movimentos de vocalização, antes mesmo da aquisição da linguagem.
Essa é a principal conclusão do estudo conduzido pela equipe do Institut Marquès, que teve a colaboração do professor de Anatomia e Embriologia Humana da Faculdade de Medicina da Universidade de Barcelona Alberto Prats.
O estudo, intitulado "Expressão facial do feto em resposta à transmissão intravaginal de música", foi publicado nesta semana no jornal Ultrasound da Sociedade Britânica de Ultrassonografia Médica (BMUS --British Medical Ultrasound Society).
A diretora de Reprodução Assistida do Institut Marquès, dra. Marisa López-Teijón, a principal pesquisadora e autora do estudo clínico, disse: "Descobrimos que a fórmula para o feto ouvir como nós é transmitir a música através da vagina da mãe. Ele mal ouve o som que chega a eles através do abdômen da mãe. Os tecidos moles do abdômen e dentro do corpo da mãe absorvem as ondas sonoras".
Para ver este comunicado à imprensa em multimídia, por favor, clique em:
http://www.multivu.com/players/English/7647351-how-foetuses-hear-musical-stimuli/
Método e resultados
A música foi transmitida através da vagina da mulher grávida com a utilização de um dispositivo projetado especificamente para o estudo. O dispositivo foi capaz de transmitir uma intensidade média de 54 decibéis, o equivalente a de uma conversação baixa ou música ambiente. A música escolhida foi a Partita BWV 1013 para Flauta Solo em Lá Menor de Johann Sebastian Bach.
Com o uso de ultrassonografia, a equipe de pesquisadores comparou a reação de fetos e os resultados foram estatisticamente significativos. Quando a música foi transmitida através da vagina, 87% dos fetos moveram suas bocas e línguas e aproximadamente metade deles reagiu com um movimento bem visível, abrindo amplamente suas mandíbulas e retraindo suas línguas tanto quanto possível, disse o diretor científico do Institut Marquès e coautor do artigo dr. Alex García Faura. Ao se tentar transmitir a música através do abdômen ou ondas sonoras, essas mudanças nas expressões dos fetos não foram observadas.
Qual é a razão da reação do feto?
O professor de Anatomia e Embriologia Humana da Faculdade de Medicina da Universidade de Barcelona Alberto Prats disse: nós acreditamos que a música induz a resposta através de movimentos de vocalização porque ela ativa os circuitos cerebrais que estimulam a linguagem e a comunicação.
De acordo com essa hipótese, uma vez que a formação do ouvido interno é concluída e o feto recebe um estímulo auditivo que inclui ritmo ou melodia, através da cóclea, centros do tronco cerebral muito primitivos, que induzem a vocalização, são ativados na área relacionada ao comportamento social.
Pela primeira vez, diz a dra. Marisa López-Teijón, fomos capazes de nos comunicar com um feto. A partir da 16a semana, ele é capaz de reagir a um estímulo musical. Podemos dizer que o aprendizado começa no útero.
Sobre o Institut Marquès
O Institut Marquès é um centro internacional integrado de ginecologia, obstetrícia e reprodução assistida, que ostenta uma história de 90 anos em Barcelona. Ele tem uma equipe composta de 140 profissionais e instalações em Barcelona, Grã-Bretanha, Irlanda e Kuwait. Também tem sua própria clínica na Itália, onde se tornou o primeiro centro de fertilidade europeu a abrir suas portas. Recebe pacientes de mais de 50 países, que requerem ajuda médica para se tornarem capazes de ter filhos.
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