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Os tumores secundários chamados metástases são responsáveis por cerca de 90% das mortes em pacientes com câncer - (© Keystone / Gaetan Bally)

Pesquisadores na Suíça decifraram a estrutura de um receptor celular, abrindo novas esperanças para a prevenção de metástases de certos cânceres.

Em um estudo publicado na revista médica CellLink externo na quinta-feira (22), pesquisadores do Instituto Paul Scherrer em parceria com a empresa farmacêutica suíça Roche conseguiram decifrar a estrutura do receptor de quimiocina 7 (CCR7) - uma proteína de membrana especial que ajuda os glóbulos brancos a viajar pelo corpo.

Receptores como o CCR7 podem interagir com mais de 40 proteínas de sinalização, as chamadas quimiocinas, que causam a movimentação das células. As células cancerosas podem usar o receptor para guiá-las para o sistema linfático, espalhando o câncer por todo o corpo. Estes tumores secundários chamados metástases são responsáveis por cerca de 90% das mortes em pacientes com câncer.

Com essa descoberta, os pesquisadores estabeleceram uma base fundamental para o desenvolvimento de um medicamento que impeça a metástase em determinados tipos de câncer predominantes, tais como o câncer colorretal.

Colaboração científica

Para descobrir a estrutura do receptor, os pesquisadores usaram a cristalografia de raios X do Swiss Light SourceLink externo, um acelerador de partículas criado em 2001 que fornece feixes de fótons de alto brilho para pesquisa em ciência dos materiais, biologia e química.

Com informações sobre a estrutura precisa do receptor, os pesquisadores foram capazes de identificar uma molécula que bloqueia o receptor e, assim, impede que um sinal seja transmitido para a célula.

"Nossos experimentos mostram que a molécula artificial, dentro da célula, se liga ao receptor. Isso impede que a reação em cadeia que leva à migração celular comece", explicou Steffen Brünle, pesquisador de pós-doutorado do instituto, que fez parte da equipe de estudo.

Usando a estrutura do receptor, os cientistas da Roche buscaram agentes em seu banco de dados de milhões de moléculas que poderiam potencialmente bloquear a proteína sinalizadora. Isso levou à identificação de cinco possíveis compostos que poderiam ser usados para desenvolver medicamentos contra o câncer.

O Instituto Paul Scherrer faz parte da rede de institutos federais de tecnologia da Suíça e é o maior instituto de pesquisa do país, empregando 2.100 pessoas. Seu orçamento anual é de aproximadamente 407 milhões de francos.


swissinfo.ch/fh

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