Pfizer define preço de Paxlovid em US$ 1.390

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Foto: Paxlovid é um antiviral para a Covid, disponível em farmácias e no SUS sob prescrição médica — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi

 

O tratamento antiviral para Covid-19 da Pfizer, o Paxlovid, foi aprovado pela FDA (agência reguladora de medicamentos dos EUA) em novembro de 2021 e se mostrou eficaz em reduzir as complicações da doença, especialmente para pessoas não vacinadas e com alto risco de desenvolver formas graves. No entanto, o preço do medicamento tem gerado polêmica e questionamentos sobre a sua acessibilidade e equidade.

A Pfizer anunciou que o preço de lista do Paxlovid nos Estados Unidos será de US$ 1.390 pelo tratamento de cinco dias, após os estoques do governo acabarem e o remédio passar a ser vendido comercialmente. Esse valor é mais do que o dobro do que o governo pagou inicialmente pelo medicamento, cerca de US$ 530 por tratamento. Informou a agência Reuters em Nova York.

O preço de lista é o valor que a fabricante cobra das distribuidoras e não reflete necessariamente o que os pacientes pagam. Na prática, o preço final depende de vários fatores, como os descontos negociados pelas seguradoras e gestoras de benefícios farmacêuticos, os subsídios do governo e os copagamentos dos pacientes.

A Pfizer afirmou que o preço do Paxlovid foi baseado no valor que ele oferece aos pacientes e ao sistema de saúde, considerando os custos evitados com hospitalizações e mortes. A empresa também disse que vai oferecer o medicamento gratuitamente para os pacientes até o final do ano e que vai manter a gratuidade para os pacientes segurados pelos programas Medicare e Medicaid até o final de 2024, e para os pacientes não segurados e com seguro insuficiente até 2028.

Além disso, a Pfizer se comprometeu a fornecer o Paxlovid a preços acessíveis para países de baixa e média renda, por meio de acordos com fabricantes locais e organizações internacionais. A empresa disse que já fechou parcerias com 95 países em desenvolvimento para disponibilizar até 250 milhões de tratamentos até o final de 2022.

Um dos principais desafios para a distribuição do Paxlovid é a sua escassez. A Pfizer disse que espera produzir cerca de 80 milhões de tratamentos até o final deste ano, mas a demanda é muito maior, especialmente diante da disseminação da variante Omicron, que tem provocado um aumento nos casos de Covid-19 em vários países.

Nos Estados Unidos, o governo comprou cerca de 24 milhões de doses do tratamento oral da Pfizer e ainda tinha um grande estoque, mas decidiu devolver 7,9 milhões de doses na semana passada, após uma recomendação da FDA de restringir o uso do medicamento apenas para pessoas não vacinadas e com alto risco de complicações. A medida visa preservar o suprimento do medicamento e evitar possíveis interações adversas com outros remédios.

Outro desafio é garantir que o Paxlovid chegue aos pacientes que mais precisam dele e que possam se beneficiar dele. O medicamento deve ser administrado nas primeiras 72 horas após o início dos sintomas da Covid-19, o que requer um diagnóstico rápido e uma prescrição médica. Além disso, nem todos os pacientes são elegíveis para receber o Paxlovid, pois ele pode causar reações alérgicas ou interferir com outros medicamentos.

O Paxlovid não é o único tratamento oral para a Covid-19 disponível no mercado. Outra opção é o molnupiravir, desenvolvido pela Merck em parceria com a Ridgeback Biotherapeutics. O molnupiravir também foi aprovado pela FDA em novembro de 2021 e demonstrou reduzir as hospitalizações e mortes em cerca de 30% para pessoas com alto risco de doença grave.

O preço do molnupiravir nos Estados Unidos é de US$ 712 pelo tratamento de cinco dias, cerca de metade do preço do Paxlovid. No entanto, o molnupiravir tem algumas limitações, como a possibilidade de causar mutações no DNA e a menor eficácia contra a variante Omicron.

Outros tratamentos orais para a Covid-19 estão sendo desenvolvidos por outras empresas, como a Roche, a AstraZeneca e a Novartis. Esses medicamentos ainda estão em fase de testes clínicos e podem oferecer novas alternativas para o combate à pandemia.

O Paxlovid é um tratamento antiviral para a Covid-19 que se mostrou eficaz em prevenir as complicações da doença, mas que tem um preço elevado e uma oferta limitada. O medicamento enfrenta desafios para a sua distribuição e acesso, especialmente para os países mais pobres e vulneráveis. O Paxlovid também tem concorrentes no mercado, que podem oferecer vantagens e desvantagens em relação ao seu custo, segurança e eficácia. O ideal é que os pacientes consultem seus médicos antes de tomar qualquer decisão sobre o uso de um tratamento oral para a Covid-19.

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