Truvada, medicamento usado no tratamento e agora na prevenção ao HIV (Foto: Secretaria Estadual da Saúde/Divulgação)
Medicamento Truvada, usado para tratamento, passará a ser adotado para prevenção. Uso do remédio não substitui o preservativo nas relações sexuais.
Por G1 RS
Já está disponível na rede pública de saúde de Porto Alegre o medicamento que, por meio de um comprimido por dia, previne a infecção pelo HIV. Esta é a primeira vez que o Ministério da Saúde disponibiliza a profilaxia pré-exposição (PrEP) através do Truvada. O remédio, usado para tratamento, passará a ser adotado para prevenção de pessoas de grupos considerados vulneráveis.
A capital gaúcha foi a única cidade do estado escolhida para integrar essa fase do programa. O tratamento será ofertado a pessoas que não têm o vírus HIV, mas que estão mais expostas à infecção, como profissionais do sexo e casais sorodiscordantes - quando apenas um dos parceiros é soropositivo. Também estão no grupo homens que fazem sexo com homens, gays, travestis, transexuais e transgêneros.
Para receber o medicamento, o paciente passará por uma avaliação para verificar o quão exposto ele está ao vírus. A pílula deve ser ingerida diariamente e, segundo o Ministério da Saúde, o uso correto reduz o risco de infecção por HIV em mais de 90%.
O Truvada não tem qualquer efeito sobre outras infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, gonorreia, HPV, hepatite B, além de também não prevenir a gravidez. O uso do remédio não substitui o preservativo nas relações sexuais.
O medicamento é uma combinação farmacológica de duas substâncias ativas: entricitabina (FTC) e fumarato de tenofovir desoproxila (TDF). Países como Estados Unidos, Canadá, França e Reino Unido também adotaram a PrEP. O Brasil, no entanto, é um dos poucos que oferecerá a terapia no serviço público de saúde.
style="display:block" data-ad-format="autorelaxed" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="7514086806">Além de Porto Alegre, o medicamento já está disponível em outras cidades brasileiras, como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Manaus, Brasília, Florianópolis, Salvador e Ribeirão Preto. De acordo com o Ministério da Saúde, o programa será gradativamente expandido para todo o país. Além do SUS, o medicamento deve ser comercializado na rede privada.
Em Porto Alegre, os pacientes podem buscar tratamento no Centro de Saúde Santa Marta, no Centro Históricon e no Centro de Saúde IAPI, no bairro Passo d'Areia, na Zona Norte. Quem reside em outra cidade devem se dirigir ao serviço da Secretaria Estadual da Saúde no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Hospital Sanatório Partenon, na Zona Leste.
- Centro de Saúde Santa Marta: Rua Capitão Montanha, 27/5º andar, Centro Histórico
- Centro de Saúde IAPI: Rua Três de Abril, 90, Passo d'Areia.
- Centro de Testagem e Aconselhamento: Avenida Bento Gonçalves, 3722
Que medicamento é esse?
O Truvada é uma combinação em um único comprimido de duas drogas antigas já usadas no tratamento do HIV - o tenofovir associado à emtricitabina - e evita a infecção naqueles que ainda não foram contaminados pelo vírus.
O medicamento não barra a entrada do vírus no organismo, mas age no seu processo de multiplicação dentro das células de defesa. É esse uso da máquina humana pelo HIV que, ao longo dos anos, destrói o sistema imunológico do indivíduo.
Quando tomado ininterruptamente, o medicamento bloqueia uma enzima chamada transcriptase reversa e, ao fazer isso, quebra o processo de reprodução do vírus dentro das células.
O medicamento demora, em média, sete dias para fazer efeito nos homens e 20 dias nas mulheres, segundo o Ministério da Saúde. Portanto, sexo sem proteção nesse período com uma pessoa infectada pode gerar contaminação.
O remédio também não pode ser abandonado de uma hora para outra. A recomendação é que seja tomado ainda por quatro semanas após a última relação sem preservativo, para evitar a possibilidade de infecção.
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