Minas Gerais poderá receber investimentos de R$ 30 milhões na instalação de uma planta de produção controlada da cannabis sativa, incluindo a construção de um laboratório. O aporte, no entanto, depende da regulamentação da cannabis medicinal no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos próximos meses.
“Se a Anvisa regulamentar a produção de medicamentos à base de CBD no Brasil, é provável que a planta de cultivo e industrialização tenha sede na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Caso contrário, o investimento será feito no Uruguai, onde já é autorizado o pedido de licenças para a realização desse tipo de negócio”, revelou o CEO da Ease Labs, Gustavo de Lima Palhares.
O órgão concluiu, na semana passada, a consulta pública de duas propostas que visam à regulamentação da planta no Brasil. Uma trata do plantio para fins medicinais e científicos, e a outra, do registro e monitoramento de medicamentos à base da planta.
Procurada pela reportagem, a Anvisa não respondeu aos questionamentos até o fechamento da edição. Mas balanço anteriormente divulgado revelou que a agência recebeu 1.154 contribuições para as duas propostas.
“A Anvisa quer favorecer a produção nacional de terapias feitas à base de cannabis com garantia de qualidade e segurança, além de permitir a ampliação do acesso da população a medicamentos. As duas propostas de consultas públicas foram produzidas a partir de estudos e evidências científicas sobre o benefício terapêutico de medicamentos feitos à base da planta”, disse a agência no material.
Agora, a agência fará a análise das contribuições e poderá, se for o caso, promover debates com órgãos, entidades e aqueles que tenham manifestado interesse no assunto, com o objetivo de fornecer mais subsídios para discussões técnicas e a deliberação final da Diretoria Colegiada.
Expectativa – Nesse sentido, segundo o CEO da Ease Labs, a expectativa é de que se tenha um resultado favorável nos próximos meses, o que viabilizará o investimento no Estado já em 2020.
“O mercado brasileiro possui grande potencial, pois precisa garantir a qualidade e segurança do medicamento que chega ao paciente. Hoje, embora seja autorizada a importação de medicamentos mediante laudo médico e termo de responsabilidade, não há análise dos produtos importados”, explicou, alegando que o Brasil poderá se tornar o terceiro maior mercado da substância no mundo.
Conforme o executivo, com a produção desses medicamentos no Brasil ou no Uruguai, será possível oferecer produtos, de qualidade, a preços mais acessíveis, com segurança e com um prazo de entrega mais curto.
“Sendo regulamentado o plantio e a produção dos medicamentos com princípios ativos da planta no País, o custo de todo o processo será mais baixo e isso refletirá no valor final, repassado ao consumidor”, completou.
De acordo com Palhares, a Ease Labs estuda, pesquisa e investe em tecnologia e em inteligência de mercado para viabilizar o acesso e desenvolver novos produtos conforme padrões internacionais de qualidade e obedecendo às legislações aplicáveis. Atualmente, a empresa funciona como importadora dos medicamentos e possui produção terceirizada nos Estados Unidos.
Fonte: Diário do Comércio
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