Segundo a Ferrero, a maioria dos consumidores hoje usa Nutella como pasta nos EUA
Como você come Nutella?
A pergunta parece inócua, mas está no centro de uma disputa entre a Ferrero, a empresa italiana que fabrica o produto, e a agência que controla e regulamenta os alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, a FDA. E a resposta do consumidor americano será crucial para solucionar o impasse.
Atualmente, a FDA classifica a mistura de chocolate e avelãs como uma cobertura para sobremesas e exige a descrição das informações nutricionais (calorias, quantidade de açúcar e gordura, por exemplo) com base no valor de duas colheradas - no caso, 37g, que têm o equivalente a 200 calorias.
Mas a Ferrero afirma que Nutella deve ser consumido em porções de uma colherada e pediu à agência que reclassifique o produto.
A lógica da empresa é simples: com menos calorias estampadas no rótulo, o produto poderá ser mais atraente para os consumidores. A mudança, porém, exige uma reclassificação da Nutella para a categoria de pastas, e a FDA está consultando o público para saber como ele consome o produto.
"Nossas mais recentes campanhas promocionais recomendam o consumo de um café da manhã balanceado, com a inclusão de Nutella como um complemento que pode ser adicionado a pães, frutas e laticínios", diz o texto de uma petição enviada pela empresa italiana ao FDA.
A Ferrero inclui na documentação uma enquete com 722 mães de filhos de 3 a 12 anos que mostra 72% delas usando o produto em torradas, sanduíches e biscoitos e apenas 2% a usando como cobertura de sorvete, por exemplo.
AFP/GETTY
Calorias e afins
"Vamos estudar o pedido, mas queremos ouvir a opinião dos consumidores, para que qualquer decisão reflita como as pessoas usam o produto", disse a FDA em um comunicado.
Nos anos 90, o Nutella era uma popular opção para colocar sobre sorvetes e frutas que respondia por 46% do uso do produto.
Mas mesmo que seja reclassificada, a Nutella seguirá sendo mais calórica que, por exemplo, a maioria das geleias, que contêm, em média, 50 calorias por colherada. O produto foi criado na década de 40 na região do Piemonte, na Itália, famosa produtora de avelãs. É "filha" do confeiteiro Pietro Ferrero, que lançou uma versão dura do produto, chamada Pasta Gianduja, que tinha de ser cortada com faca.
A primeira versão pastosa - Supercrema- veio anos mais tarde; a Nutella que conhecemos nasceu em 1964.
A Ferrero é a principal empresa consumidora de avelã do mundo e compra 25% da oferta das nozes no planeta.
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