Praticidade poderá ajudar a medicina

Correio Braziliense

Jornalista: Indefinido

09/12/19 - O segundo dispositivo criado é semelhante a um curativo e desenvolvido para ser posicionado em um local específico do corpo. Contando com um design meticuloso, o pequeno aparelho integrado à pele é composto por centenas de componentes funcionais integrados a uma fina camada revestida de silicone, com espessura de apenas 3 milímetros. É respirável, reutilizável e resistente a flexões e torções.

A equipe da Universidade de Hong Kong (CityU), responsável por essa solução, usou os atuadores e antenas, em escala de chip, que permitem que aparelho seja controlado sem fio. Testes mostram ser possível operá-lo a uma distância de até um metro, que é 10 vezes a distância máxima de tecnologias semelhantes disponíveis.

Segundo Yu Xinge, a antena flexível permite também que os atuadores hápticos coletem energia de radiofrequência. “Dessa forma, resolvemos o problema de transmissão pela função sem fio de baixa potência e aumentamos significativamente a distância da operação do nosso sistema, que não apenas economiza energia, mas também permite que os usuários se movam mais livremente”, explica.

Anderson Maciel, mestre em realidade virtual e interação multimodal pela École Polytechnique Fédérale de Lausanne, na Suíça, explica que o uso de estímulos táteis em realidade virtual (VR) e realidade aumentada (RA) acontece há algum tempo com dispositivos mais pesados e não tão confortáveis. “Então, o dispositivo desenvolvido por Yu Xinge e seus colegas encontra uma boa motivação na área”, avalia. “Mas o problema é gerar padrões que comuniquem informações mais complexas, como direções a seguir quando navegando por GPS, posição de obstáculos, alertas de perigo e informação afetiva.”

“Minha experiência como pesquisador em háptica e em VR, no entanto, é de que apenas a vibração não é capaz de entregar o estímulo que os usuários de sistemas imersivos esperam. É preciso gerar resistência à força, alterar o equilíbrio, impedir o movimento”, completa Anderson Maciel, especialista, membro do Comitê Técnico Háptico do IEEE e da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). O especialista ressalta que essa é uma área em pleno desenvolvimento e que, em breve, novos resultados interessantes devem aparecer.

A equipe chinesa testa a solução em pacientes em reabilitação de acidentes. A intenção é que os usuários deem feedbacks sobre o equipamento. “O dispositivo pode ajudar pacientes a sentirem a estimulação externa com a prótese, como a forma ou a textura de um objeto”, explica Yu Xinge. O professor assistente da Universidade de Hong Kong cogita ainda o uso do dispositivo no “desenvolvimento de cenas virtuais para aplicativos clínicos.” A equipe prevê a fabricação de uma capa eletrônica que possa sentir e detectar a temperatura do corpo humano, beneficiando, em especial, os campos da biotecnologia e da medicina.

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