(Bloomberg) -- Zhong Huijuan deixou o emprego como professora de química de adolescentes e decidiu entrar no negócio farmacêutico.
A mudança de carreira valeu a pena.
Sua empresa, a Hansoh Pharmaceutical Group, maior fabricante chinesa de medicamentos psicotrópicos, está pronta para estrear na bolsa de Hong Kong nesta sexta-feira, com um valor de mercado de US$ 10,4 bilhões. A participação de Zhong é de 68%, o que equivale a uma fortuna de US$ 7,9 bilhões, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg.
Zhong, de 58 anos, nem sequer é a pessoa mais rica da família. Seu marido, Sun Piaoyang, de 60 anos, tem um patrimônio de US$ 9,3 bilhões, graças ao sucesso da Jiangsu Hengrui Medicine, fabricante de remédios antitumorais cujas ações deram um retorno de cerca de 16.300% desde a estreia em Xangai há quase duas décadas.
Com tamanha fortuna, os dois empresários devem fazer parte de uma das famílias farmacêuticas mais ricas do mundo, com uma fortuna combinada que rivaliza com a dos Sacklers, que fizeram fortuna vendendo opiáceos, e com o patrimônio dos Bertarellis, da Suíça.
Os gastos com assistência médica na China subiram para 5,9 trilhões de iuanes (US$ 853 bilhões) no ano passado em relação aos 3,5 trilhões de iuanes em 2014. Em 2023, a estimativa é de que esse valor suba para 9,4 trilhões de iuanes, segundo detalhado pela Hansoh em seu prospecto para a oferta.
Iris Luo, porta-voz da Hansoh, não quis comentar sobre o patrimônio da acionista.
Com o IPO, Zhong será a terceira mulher mais rica da China, atrás de duas magnatas do setor imobiliário: a copresidente do conselho da Country Garden Holdings, Yang Huiyan, e da presidente do conselho do Longfor Group, Wu Yajun, cujas fortunas somam US$ 21,4 bilhões e US$ 10 bilhões, respectivamente.
Zhong formou-se em química na Universidade Normal de Jiangsu, em julho de 1982, e lecionou química na escola de ensino secundário Yan'an, em Lianyungang, no início dos anos 90, segundo o site da Federação Nacional de Mulheres da China. Zhong fundou a Hansoh em 1995.
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