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Divulgação ICGEB

 

Projeto apresentado pelo MCTI abrigará uma rede abrangente de pesquisa a partir do Centro de Translacional em Oncologia da Universidade de São Paulo
 
 
A proposta apresentada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), nesta quarta-feira (10), de criação do primeiro centro dedicado à oncologia de precisão na América Latina foi aprovada pelo Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia (ICGEB, na sigla em inglês).  A estrutura será a primeira unidade do gênero na região e terá como foco o desenvolvimento de novas terapias, compostos e estratégias para aumentar a entrega precisa de substâncias aos tumores.

A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Marcia Barbosa, e o diretor do Centro de Investigação Translacional em Oncologia da USP, Roger Chammas, defenderam a criação do centro regional de pesquisa ICGEB durante a reunião plenária dos representantes dos estados-membros do ICGEB (Board of Governors), realizada na Cidade do Cabo, na África do Sul.

“Além de servir como um hub de capacitação e treinamento em biotecnologia para toda a America Latina, a proposta visa consolidar a liderança brasileira de pesquisa em biotecnologia na região”, afirmou a secretária Marcia. “Além disso, o novo centro poderá acelerar o processo de transferência de tecnologia entre instituições de ciência e tecnologia e empresas que utilizam a biotecnologia para o desenvolvimento de novos produtos com aplicação em saúde, mas também para outras áreas”, complementou.

As próximas etapas do processo envolvem tratativas, que devem ser realizadas no próximo ano, entre a pasta ministerial e o ICGEB para a implementação. A aprovação da proposta permite que o MCTI possa dialogar com outros países para que o centro seja efetivamente regional. Contatos com delegados de países da América Latina e do África Lusófona se iniciaram após a reunião. “Vamos dar continuidade ao processo conectando o novo centro com pesquisas, na mesma linha ou complementares, em outras partes do Brasil e outros países da América Latina. Essa iniciativa será um instrumento de fortalecimento da interação Sul-Sul”, avaliou Marcia.

O centro regional do ICGEB para oncologia de precisão será instalado na Faculdade de Medicina - Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP), a partir do Centro de Investigação Translacional em Oncologia. O pólo de pesquisa está sediado no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), maior centro público de pesquisa da área do Brasil. O novo centro vai permitir ampliar as redes de pesquisa, envolvendo universidades brasileiras, da América Latina e institutos de pesquisa da área, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Em 2021, o Brasil havia sinalizado o interesse em sediar um centro regional de pesquisa do ICGEB. No ano passado, representantes da instituição internacional efetuaram visitas a centros de pesquisa brasileiros.

A ideia é que o centro possa aprimorar o impacto da medicina de precisão aplicada à oncologia. A pesquisa estará voltada ao diagnóstico molecular para o tratamento de pacientes com câncer. Os estudos poderão definir um cenário de inovação potencial.

Na avaliação do diretor Roger Chammas, a aprovação é importante para iniciar a negociação com os demais estados-membros do ICGEB para que o centro seja efetivamente regional. Ele destacou ainda que há um alinhamento entre as linhas de pesquisa do centro oncológico com as do ICGEB e que, com o novo centro regional, haverá possibilidade de diversificar os grupos étnicos e alcance populacional para protocolos clínicos inovadores. A iniciativa deverá fomentar projetos com duração de pelo menos uma décade de pesquisa integrada.

Outro aspecto destacado pelo diretor é a possibilidade de permitir que o centro interaja com a indústria brasileira. “A proposta tem um componente com a indústria biotecnológica brasileira, interagindo para transferência de tecnologia”, explicou Chammas. “A proposta [do novo centro] consolida o que já fazemos. Temos muita competências no Brasil e na América latina”, citou.

No total, a reunião do board aprovou cinco novos centros regionais. Na América Latina, além do Brasil, haverá um centro regional na Argentina com foco na agricultura. Até então, a China era o único país a sediar um centro global de pesquisa do ICGEB. O local foi inaugurado em 2020, em Taizhou.

O Brasil é um dos 59 países-membros do ICGEB. Integrar essa organização internacional desde 1990 permitiu que importantes instituições brasileiras, como Embrapa, Fiocruz e Butantan, acessassem redes globais na área de biotecnologia.
 
Fonte Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
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